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Colostro diminui mortalidade de cabritos e borregos

Autor: Francisco Selmo Fernandes Alves e Raymun - 09/02/2009

O colostro é a secreção que se acumula na glândula mamária nas últimas semanas de prenhez. De cor branco-ama­relada, rico em proteínas, imunoglobulinas ou anticorpos, minerais e vitami­nas, possui efeitos nutritivo, antitóxico e laxativo. Apresenta gordura que é bem absorvida pelas crias, sendo importante fonte de energia atuando na regulação da temperatura corporal e na adaptação às condições ambientais.

Depois de terem sido formados em um ambiente estéril como o útero, capri­nos e ovinos recém-nascidos deparam-se com fatores adversos do ambiente e microrganismos causadores de doenças. Desta forma, além dos cuidados com o manejo sanitário, como o corte e a cura do umbigo, bem como a proteção das crias em local seco e higiênico, os recém-nascidos necessitam ingerir o colostro logo após o nascimento para o seu desenvolvimento saudável.

Ao nascimento, caprinos e ovinos não têm anticorpos circulantes no sangue, consequentemente, a aquisição da imunidade depende da disponibilidade do colostro, da quantidade de anticorpos presentes e da absorção intestinal. A ingestão do produto proporciona uma proteção imunológica passiva por transferência de anticorpos e vitaminas da mãe à cria nas primeiras semanas de vida, com o objetivo de favorecer uma de­fesa adequada contra as enfermidades. O amadurecimento dos órgãos da cria, responsáveis pela produção das células de defesa do organismo e anticorpos, leva pelo menos quatro meses para ocorrer. Este é o tempo em que os animais permanecem em contato com microrganismos do ambiente.

Uma pesquisa realizada em proprie­dades que adotavam sistema de criação intensiva, que apresentava perdas de crias de caprinos e ovinos, revelou aumento na taxa de mortalidade entre os animais que não mamaram o colostro. Animais que não têm acesso ao colostro vêm a óbito dentro de poucos dias após o nascimento por razões de infecções, energia não disponível adequa­damente e falta de termorregulação, levando à diminuição da temperatura corporal (hipotermia). Há uma correlação negativa entre a quantidade de imunoglobulinas (colostro ingerido) e a mortali­dade em neonatos, e uma correlação positiva entre o conteúdo de imunoglobulinas no sangue de cabritos com 48 horas de vida e seus ganhos de peso ao desmame.

De maneira geral, é necessário que o recém-nascido faça ingestão do colos­tro para obter proteção contra enfermidades, atuando na melhoria do ganho de peso e no desenvolvimento do metabolismo. Cordeiros privados de colostro são neutropênicos, ou seja, apresentam baixo número de células neutrófilas no sangue. Os poucos neutrófilos existentes no organismo são, em termos relativos, ineficientes para realizar o processo de destruição dos microrganismos denominados fagocitose. Com a ingestão contínua dos anticorpos e sua absorção protege-se contra as enfermidades em geral, especialmente as entéricas. De­ve-se, entretanto, também levar em consideração outras medidas específicas, como a limpeza e higiene das instalações e o manejo adequado das crias.

Há três grandes causas pelas quais a transferência adequada de colostro pode fracassar. Primeiro, o produto pode ser insuficiente ou de má qualidade. Se­gundo, pode haver colostro em quantidade suficiente, mas a ingestão pelo ­re­cém-nascido é inadequada. Por fim, a ter­ceira razão de fracasso é a falta de absorção pelo intestino, apesar da ingestão ser adequada e o colostro ser um alimento de boa qualidade.

As principais causas observadas na mortalidade em cordeiros, desde o primeiro dia até o sexto mês de vida, são: infecções respiratórias; desordens digestivas, como diarréia; inflamação de umbi­go e da articulação e diminuição da tem­peratura corporal. Assegurar a ingestão do colostro e sua absorção pela cria é fundamental para a diminuição da mortalidade em um sistema de ­produção de caprinos e ovinos.

Atualmente, a única contra-indicação para o consumo de colostro natural, e que também está relacionado com o consumo de leite, diz respeito à transmissão de doenças infectocontagiosas às crias. Entre elas, podem ser citadas a Artrite-Encefalite Caprina a Vírus, a Mi­coplasmose, a Clamidiose, a Toxoplasmose, entre outras.

Considerar a importância da administração do colostro para as crias de caprinos e ovinos, nas primeiras horas de vida, torna-se essencial para a sobrevivência dos recém-nascidos. Esta fonte de alimento é de suma importância na prevenção contra os fatores adversos do ambiente, assim como, contra os microrganismos nele existentes.

 

 

 

Francisco Selmo Fernandes Alves e Raymundo Rizaldo Pinheiro são pesquisadores da Embrapa Caprinos e Ovinos.






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