Uma equipe de 12 pesquisadores da Rede Genoma de Minas Gerais traz nova esperança aos produtores: o objetivo é sequenciar o genoma da bactéria causadora da Linfadenite, gerando informações para o desenvolvimento de vacina, terapias e kits de diagnóstico. Já trabalham desde setembro de 2008 no caso.
A doença é evidente em 85% dos produtores na região Norte e 41% no Nordeste. "Nessas regiões se concentra a maior parte dos rebanhos brasileiros, e a produção ali está ligada essencialmente à pecuária familiar. Por isso, além do impacto econômico, a doença tem um grave impacto social", diz o coordenador do estudo, Guilherme Oliveira, pesquisador do Centro de Pesquisa René Rachou, unidade da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em Belo Horizonte.
A doença mostra-se por meio de grandes caroços, geralmente na cabeça, mandíbula e pescoço. Contagiosa, a doença se propaga nos rebanhos principalmente pelo contato direto entre animais.
"O problema do diagnóstico clínico é que ele só é feito quando é tarde demais. Quando se verifica o caroço, o animal já pode estar com a saúde comprometida, com perda de peso e do rendimento da produção de leite. A única solução, para evitar a propagação, é descartar o animal, inclusive a carcaça, não se aproveitando nem o couro", diz.
O trabalho prevê o sequenciamento completo do genoma da bactéria Corynebacterium pseudotuberculosis, que causa a enfermidade. "O projeto tem duração de dois anos, mas a previsão é que o sequenciamento esteja pronto em um ano e meio", contou Oliveira. Mesmo antes da conclusão do sequenciamento, segundo Oliveira, o projeto deverá permitir a identificação de proteínas sabidamente relacionadas à patologia. "Em pouco tempo, deveremos identificar também regiões do genoma específico dessa espécie que possibilitarão um diagnóstico molecular da doença", disse.
Para o sequenciamento, os cientistas extraem o DNA genômico total, que é cortado em pequenos fragmentos. Os pedaços são posteriormente clonados e inseridos em bactérias. Os dados provenientes do processo constituem uma biblioteca genética. "O laboratório de Jaboticabal conta com um processo de armazenamento informatizado desses clones que nos ajuda muito", disse o pesquisador do Centro de Pesquisa René Rachou.
Mais informações: http://rgmg. cpqrr.fiocruz.br
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