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Motor de arranque, ou pega, ou pega!

- 08/09/2009

Muitas indústrias estão acordando para o setor da caprino-ovinocultura. Um rebanho de 36 milhões de cabeças (estatística de O Berro) pode ainda não ser tão interessante para as indústrias, mas quando se projeta uma expansão para 100 milhões de cabeças, rapidamente, já se torna um prato apetitoso. Afinal, o Brasil tem 207 milhões de bovinos e, então, não é nada difícil passar de 100 milhões de ovinos e caprinos, tornando-se um dos grandes produtores mundiais. A Feinco e Feicorte são a bússola desta expectativa, perante as indústrias. O cenário projetado para 10 anos, portanto, é altamente promissor, valendo a pena investir na atividade. O motor de arranque está funcionando.

A Paraíba, que já deu enorme contribuição à modernidade da caprino-ovi­no­cultura, divulga que vai comprar 30.000 litros de leite de cabra, para distribuir na merenda escolar. Torna-se, então, o maior produtor brasileiro. Permite a ­implantação de centenas de produtores, augurando a ampliação deste programa em futuro próximo. Esse é o melhor motor de arranque que pode existir, pois o Governo estimula a produção, gerando empregos e dignidade social, sem distribuir esmolas. Liberta o homem do campo, pelo trabalho, ao invés de algemá-lo pela inação. O exemplo da Paraíba logo será imitado pelo Rio Grande do Norte, Pernambuco, Ceará, Piauí, Alagoas, Sergipe e Bahia. Um oceano de leite!

Se, em algum momento, o Governo colocar um naco de carne de cabrito ou cordeiro na merenda escolar, estará acertando na mosca - no Nordeste! Esse é um fabuloso motor de arranque para a atividade, que pode gerar milhares e milhares de empregos fixos no sertão.

Já vão se instalando Câmaras Setoriais em vários Estados. A discussão vai am­pliando. O objetivo é um só: permitir o escoamento lucrativo e saudável para o produto rural (carne, leite, pele, etc.). O momento é de discussão, de obrigar o Go­verno a escutar a voz do campo. É preciso acelerar o motor de arranque, pois é ele que aciona o veículo.

A mesma Paraíba está promovendo o Sincorte/Fenacorte em novembro - mudan­do o enfoque, introduzindo debates, discussões, de caráter político/institucional na agenda. Quanto mais debates na esfera política, melhor! É o bom motor de ­arranque funcionando, pois é necessário libertar o escoamento da produção rural dos ­grilhões das últimas décadas. 

 

 

 

Assim, é pitoresco escutar aqui e acolá reclamações da atuação do mercado clandestino, ou Frigo­mato. Nesta edição, discute-se amplamente es­ta questão. Se o Governo não autoriza a implantação de minis frigoríficos para abater entre 10 a 30 animais/dia, nem libera laticínios móveis, ou máquinas de fabricação de leite em pó (transportáveis) - estará contribuindo para a prorrogação da imagem do “clandestino” que já atua por 500 anos. Falta o motor de arranque na burocracia.

Nas cidades também não é diferente. Por que existe a pirataria? Simplesmente porque não há oferta garantida de bens industriais a preço popular. Existe, então, o pirata que se aproveita de maus produtos (que precisam ser escoados, de uma for­ma ou de outra) e aquele que foge dos impostos (que não encontra preço competitivo na indústria legalizada). Falta o motor de arranque do bom-senso.

O enfoque, portanto, jamais deveria ser o de combater o clandestino, mas sim o de estimular - via preço justo e digno - o produtor rural. O mercado sabe e prefere pagar o preço por um bom produto (legalizado) e, assim, pode liquidar o ­clandestino naturalmente. A clandestinidade existe porque não se define o pagamento adequado, justo e digno para o produtor.

Afinal, existe o clandestino, porque também existe o produtor que lhe confia seus produtos. Até nos palácios governamentais está presente a figura do clandestino: propinas, mensalões, corrupções, etc. Se existe clandestinidade na esfera go­vernamental - que deveria ser o recinto da suprema pureza - e também no setor industrial urbano, por que tanto achaque sobre o clandestino rural?

Assim, é preciso mais objetividade nas discussões: deixar de culpar um sintoma da doença (o clandestino) e passar a tratar, de verdade, da ferida (a política ain­da incoerente e incompleta para estímulo do setor). 

A caprino-ovinocultura chegou a um patamar em que precisa fugir do BEL (bi­cho, exposição, leilão) e passar a discutir políticas governamentais, pois o entrave não está na clandestinidade e nem no BEL, mas sim na burocracia que insiste em não fazer o dever-de-casa. Se outros países agregam um alto valor à carne e ao leite, o Brasil também pode. Se a Austrália mantém 110 milhões de ovinos lucrativos, abastecendo restaurantes de luxo na Europa, o Brasil também pode.

Resumo: o produtor rural sabe fazer sua parte, desde que haja segurança para produzir e um adequado es­coamento. Estímulo, nada de punição - este é o caminho necessário. É preciso um motor de arranque para avançar nas políticas de fomento. Fomento ao minifrigorífico, fomento ao minilaticínio, fomento à carcaça internacional, fomento aos Testes de Reprodutores, etc. Continuar falando em clandestinidade é permanecer no atraso, na preguiça, na inércia, fugindo da mo­dernidade que bate às portas, querendo comprar carne e leite do Brasil.






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