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A hora e a vez dos deslanados, de novo

- 03/10/2009

Não se trata de repetir o óbvio, mas de reafirmar, sempre, que uma pecuária lucrativa é feita sobre uma Zootecnia coe­rente com o ambiente. Por isso, cabe re­petir, sempre, que o caminho é compreender bem a equação para escolher o animal correto:

 

Lucro = região + situação

 

Ou seja, não há como fugir da necessidade de se ter uma raça materna adequada para os cruzamentos que, estes sim, devem produzir carne. Um cruzamento é feito por duas, três, quatro ou mais raças, mas - decisivamente - cada acasalamento é feito apenas por um macho e uma fêmea. Assim, é preciso compreender duas coisas:

 

u 1 - Quanto mais o macho e a fêmea estiverem próximos do ideal para sua função, melhor.

u 2 - Quanto mais distantes, geneticamente, melhor.

 

Ou seja, o macho precisa ser macho (provado); a fêmea precisa ser fêmea (pro­vada). Ambos preenchendo as características desejadas para os cruzamentos (mais próximos possíveis). Ambos o mais distante possível, racialmente (máximo de heterose ou vigor híbrido).

Para o Brasil, a produção de carne irá acontecer onde já acontece a de outros ruminantes. O país tem 207 milhões de bovinos. Basta considerar a divisão porcentual dessa pecuária para localizar, corretamente, as criações e confinamentos de cordeiros e cabritos, no futuro, pois ali a cadeia está pronta! Destas regiões sairá a carne de ovinos e caprinos para o Brasil e para o mundo.

Caprino e ovino são uma nova atividade, uma nova riqueza. Assim como o fran­go era um produto difícil de ser obtido e, hoje, está em todas as panelas, custando menos de R$ 1,00 por quilo, assim também será a carne de cordeiro no futuro. Po­de ser produzida, com baixo investimento, em granjas, confinamentos comunitários, etc.

Na grande maioria dos casos a raça materna para produção de carne será deslanada, como indicativo primário de adequação ao clima tropical. Qual é a raça deslanada para a produção de carne? O Nordeste tentou a Santa Inês, sucedendo a Pelo-de-Boi, com relativo sucesso. A raça, agora, passa por um veloz rearranjo ge­nético, cancelando as influências exógenas nos animais de elite e, por outro lado, fazendo exatamente o contrário, introduzindo sangue exótico para obter, ­rapidamente, algumas características interessantes. Vai surgindo assim, via Santa Inês, o des­lanado do futuro. Os produtores de carne não estão interessados em “raça”, mas em um deslanado eficaz, com progênies comprovadas.

A raça Morada-Nova é excelente para carne. Diversos nichos nordestinos exigem apenas a carne de Morada-Nova. Ademais é raça de médio porte, ideal para os campos. Também com habilidade materna comprovada e rusticidade suficiente. Assim, o Morada-Nova desponta como alternativa interessante, pois as pesquisas mostram que a fêmea deslanada de tamanho e peso médios é a ideal.

Quando alguém divulga animais deslanados acima de 100 kg está remando contra os produtores de carne, interessados apenas em fêmeas médias, pois são elas que garantem o lucro. De nada adianta ter um animal pesadão, tardio, sem lucratividade - na indústria da carne.

O caminho é o deslanado, sim, mas prolífico, com habilidade mater­na (leite rico até a desmama eficiente), precoce (ganho-de-peso adequado até a idade de abate). Enquanto persistirem as Provas Zoo­técnicas apenas privilegiando animais grandalhões, continuará também o fosso entre o setor de produção de carne e a seleção de deslanados.

É interessante selecionar tão somente o que interessa à produção de carne, pois é ela que irá comandar o futuro da atividade. Animais de tamanho mediano, de grande precocidade (as 3 precocidades: sexual, de carcaça, de acabamento), com con­formação ditada pelo mercado internacional.

 

 

 

O Brasil pode e vai se tornar o maior produtor e exportador de carne, mas precisa fazer o dever de casa, apresentando logo o animal-ventre: o deslanado para os cruzamentos.

Por isso, a revista O Berro vem discutindo e apresentando matérias sobre produção de carne, em todas as edições. É preciso haver relação completa entre o que acontece nas pistas de exposições com o que é esperado pelos produtores de car­ne. Se houver divórcio, vencerão os produtores de carne e os animais de elite fi­carão “boiando” no mercado. O casamento entre exposições e produção de carne evita o surgimento de “bolhas” na economia da atividade.

Por isso, é hora de pensar firme em deslanados, não apenas Santa Inês, mas também no Morada-Nova, Rabo-Largo e dezenas de ecótipos que serão engendrados para cumprir papéis específicos no imenso Brasil. Quanto maior for a diversidade genética de um país mais rico ele será.

Resumo: é preciso criatividade e agilidade nas entidades de classe. Entidade de classe que só pensa em exposição e leilão é coisa do passado! Cada entidade po­deria estar engendrando o seu ecótipo com apoio da pesquisa institucional e apoio empresarial. Isso, sim, seria uma revolução, uma tacada certeira, no caminho certo. Estes temas, por certo, estarão sendo debatidos no Sincorte, em novembro.






Link para esta p᧩na: http://www.revistaberro.com.br/?pages=materias/ler&id=1185


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