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Sincorte 2009: A cultura do bode

- 08/12/2009

 

 

 

 

Cabeça compatível

Em 2009, a Secretaria de Cultura impede a realização do Sincorte no Espaço Cultural, um recinto magnífico pa­ra justamente promover eventos de ­gran­­de porte. A alegação é de que o Espaço não era compatível com o bode, pois este animal não é um dispositivo cultural. A autoridade deu um tiro no pé, pois não existe cultura mais ativa, na Paraíba, do que a cultura sertaneja escudada justamente no bode!

Assim ficou claro que a Secretaria de Cultura da Paraíba não é compatível com a Cultura do Estado! Ainda bem que a Paraíba tem um governo que sempre prestigiou o caminho correto, o caminho do homem que luta, todo dia, no sertão, a despeito de vozes distoantes de certas autoridades.

 

Eventos culturais

São conhecidos em todo Brasil, os eventos de Cabaceiras, Triunfo, Taperoá, Juazeirinho, etc. Todos inscritos no Calendário turístico do folclore brasileiro e regional. Só a Secretaria de Cultura parece não saber.

Majestosos cenários para o bode estão instalados na Emepa, Pendência-Soledade, Campina Grande, Guarabira, Zabelê, São João do Cariri, Monteiro, Pombal, Espinhara, Patos, e dezenas de outros municípios, que têm boa parte de sua renda derivada das ativida­des sertanejas. São estes cenários que constituem a bússola para os criadores do país inteiro.

 

Capital do bode

Diversas cidades paraibanas disputam, acirradamente, o título de “capital do bode”, como Taperoá, com um ­parque construído em pedras, no estilo bíblico ou colonial.

Por sorte, o governo de José Ma­ra­nhão é exemplar, ao divulgar que “a Pa­raíba é a capital do leite de cabra”. Bom motivo para orgulho. Parabéns ao governador!

Durante o Sincorte 2009, o Governo divulgava que o leite de vaca iria passar de R$ 0,70 para R$ 0,82 e o leite de cabra iria saltar de R$ 1,00 para R$ 1,32. Formidável!

Assim, a Paraíba, que comprava 14.000 litros de leite de cabra, já está passando para 30.000 - o maior volume do país. A produção de leite teve um au­mento de 473% nos últimos 4 anos. Isso significa que estava 473% atrasada, nos governos anteriores. O Governo atual deu a volta por cima, escudado justamente na cultura do bode (ou da cabra).

Agora, resta ao governador buscar cabeças compatíveis com a cultura do bode, espinha dorsal da importante Cultura da Paraíba.

 

Paraíba do bode

Na década de 1950 começou a haver um movimento nos bastidores da ovino-caprinocultura nordestina, em parte devido à alegria provocada pelo gado Zebu que sobrevivia às secas periódicas, permitindo então a realização de exposições. O surgimento da revista “Paraíba Pecuária”, em Campina Grande (PB), de­pois denominada “Agropecuária Tropical” colocou a pecuária nordestina no cenário nacional e logo vários rebanhos começaram a frequentar, com assiduidade, a Expo. Nacional de Uberaba, conquistando prêmios. Antes desta revista, todo o Nordeste jamais havia sido incluí­do como região pecuária nos livros de Zootecnia!

Em 1975, a revista começou a visitar os criadores sertanejos, tentando aprender tecnologias de convivência com as secas, principalmente na Paraíba. Nessas visitas descobriu as cabras e ovelhas como “moedas-vivas”. Eram me­moráveis os esforços de Manoel Dantas Vilar Filho (Dr. Manelito), Vital Duré, Suetônio Vilar, João Batista, Martinho Almeida, Romero Dantas, Luciano Vilar, e muitos outros, na promoção das miún­ças. Cada um tinha seu objetivo próprio, mas todos tiravam rendimento das miún­ças. Também havia mascates viajando pelas feiras semanais, sempre comprando e vendendo pequenos animais. Havia, portanto, um mercado tradicional, esperando um bom momento. Foi assim que nasceu a “Revista Brasileira de Caprinos & Ovinos” (O Berro), veículo originário da Paraíba que logo iria assumir o papel de orientar o crescimento da atividade em todo Brasil.

Em 1983, a revista começaria a lançar livros e, em todos eles, sempre apresentava a pecuária nordestina como uma realidade centenária que merecia um lu­gar ao sol. Por conta dessa campanha, a revista foi convidada a residir em Ube­raba, onde editaria livros especiais pa­ra a ABCZ, para as associações de Gir, Gu­zerá, Nelore, Tabapuã, e outros de caráter didático. Ela topou a parada e manteve a postura inicial, prestigiando, sempre, o Nordeste como região viável e, ao mesmo tempo, conclamando a atenção dos governos para essa riqueza.

Manoel Dantas Vilar, paraibano de Taperoá, concluiu que o melhor caminho era utilizar as raças homólogas, ou seja, aquelas que deram origem às raças brasileiras e que se mantinham no exterior, onde foram melhoradas para leite ou carcaça. Foi o bandeirante que abriu caminho para a moderna caprinocultura nordestina e orientou boa parte dos selecionadores de ovinos, bem como centenas de pesquisadores. Ao lado de­le, pontificavam nomes famosos como Suetônio Vilar, Pompeu Borba, Hortêncio Ribeiro, e muitos outros sempre levando uma grande imagem paraibana para todo Brasil.

A revista O Berro nº 31, de 1999, mostra a maratona de Wandrick Hauss e Paulo Roberto de Miranda Leite, adquirindo animais para a Emepa e introduzindo alta tecnologia no Brasil, por meio de profissionais da Austrália, África do Sul e Nova Zelândia. Foi um gesto cor­retíssimo do governo da Paraíba, o pri­meiro na história do Nordeste decididamente a favor das miúnças. Esta iniciativa, tão combatida por polemistas de plantão, veio ajudar, ao invés de reduzir, a atividade dos produtores de cabras e ovelhas. A alta tecnologia em cabras e ovelhas nasceu, assim, na Paraíba.

Na área científica, coube à Emepa (PB) o arrojo de buscar tecnologia e animais no exterior, trazendo as raças Boer, Dorper, Damara, Blackhead Per­sian, Kalahari, Alpina Britânica, somando-as com o lastro nacional de Pardas, Canindés, Santa Inês e Morada-Nova. ­Ali pontificavam Paulo Roberto de Miranda Leite, Wandrick Hauss, Aldomário Ro­drigues, Marconi Sales, e outros personagens que até hoje continuam atuando no segmento. Desse momento em dian­te, a Paraíba seria um farol de ­Cultura para o Brasil.

Foi, então, que Wandrick Hauss ar­regaçou as mangas e, em nome da Eme­pa, organizou o Primeiro Sincorte, como cenário de discussão científica, em 2003. Era o evento que faltava, para reunir toda sorte de experiências num único recinto. O Brasil chegava à maturidade disposto a exibir seu desempenho científico, gerando intercâmbio mundial.

 

Os Sincortes

Diz a reportagem de 2003: “Não foi apenas um Simpósio. Foi muito mais que isso. O Sincorte fez uma enorme programação e, contando as poucas moedas recebidas de alguns organismos públicos, Wandrick Hauss inaugurou o maior evento cultural de todos os tempos, incluindo todos os setores da cadeia produtiva. Frequência: mais de 800 pessoas nas palestras e total de 1.500 visitantes. Houve lançamento de livros: “A cabra & a ovelha no Brasil” (Rinaldo dos Santos), “Dorper no Novo Século” (Dolf Lategan), “Cordeiros e Cabritos à moda dos grandes chefs” (Rebanho Caroatá), “Sabor e saúde à mesa” (Edwiges M. S. Mendes).

Depois vieram os Sincortes 2, 3 e, agora, o 4. O Brasil não é mais o mesmo; muitos eventos culturais acontecem em todo país, na esteira do brilhantismo do Sincorte paraibano.

 

 

 

O Sincorte é o evento máximo em todo mundo, acreditando que o Brasil vai ocupar o primeiro lugar na produção e exportação de carne e leite de caprinos e ovinos. Está fazendo sua parte, promovendo a cultura desta nobre atividade.

Pitorescamente, em 2009, uma autoridade governamental resolve criar problemas para o Sincorte e para a própria História da Paraíba, proibindo o grande evento no Espaço Cultural. Não se rasga a bandeira de time que vence! O que seria da Paraíba sem a fama de suas cabras, ovelhas, criadores, pesquisadores, cientistas - na área de caprinos e ovi­nos? Afinal, a melhor imagem do Estado, levada para todo Brasil, ainda é a divulgada, sempre, na Revista Brasileira de Caprinos & Ovinos (O Berro), nascida em Campina Grande. Nenhum outro veículo de imprensa paraibana consegue cruzar as fronteiras, com sucesso, mas a valente revista mantém o tom, há várias décadas, lutando pela cultura das miúnças.

 

Outras matérias sobre o Sincorte você pode ler na revista O Berro.






Link para esta p᧩na: http://www.revistaberro.com.br/?pages=materias/ler&id=1248


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