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Caprinos, ovinos e Lula

- 03/03/2010

Muitos políticos foram eleitos por prometerem água para os nordestinos. Continuam prometendo água como se ela fosse um milagre. Ganharam e continuam ganhando eleições por conta dessa promessa completamente sem respeito à dignidade das pessoas. Ao prometer água para os nordestinos pisoteiam o bom senso, a ciência, e mostram que são aventureiros chafurdando em carcaça alheia, distribuindo esperança e recolhendo votos.

Toda conversa sobre água nordestina é equivocada desde o princípio; é apenas conversa para os eleitores do resto do país ouvir, pois contém muito pouco de verdade. Existem duas águas: a água para os humanos beberem e a água para gerar riquezas na terra.

A água nordestina sempre existiu; ela apenas jamais foi estocada com eficiência. E pior: jamais foi distribuída com justiça. De fato, as perfuratrizes só trabalham em terrenos de políticos por meio de conchavos; os açudes inutilizam imensas áreas agricultáveis e lotam as crianças de vermes; as barragens subterrâneas somente são aprovadas nos subterrâneos politiqueiros, etc. A água, historicamente, nunca conseguiu chegar à mesa do sertanejo, embora esteja estocada, mais do que suficiente para todos os nordestinos.

 

u Água equivocada - Para observar alguns equívocos sobre as águas, bastam poucos exemplos:

- O Governo autoriza fazer uma cisterna em cada residência, mas o sertanejo que produz empregos precisa de duas! A primeira cisterna seria para prover água potável na residência. A segunda, para prover água potável para os animais ou para a produção de riquezas. O Governo, porém, sistematicamente proíbe a segunda cisterna. Assim, até a simplória cisterna acaba constituindo um trunfo eleitoreiro e, então, o Governo deixa claro que prefere atender milhões de propriedades, mesmo sem eficiência social, do que dar dignidade ao cidadão que produz renda e emprego. A cisterna não está voltada para a produção de riquezas, ou para fixação do homem eficiente, ou para geração de empregos, mas apenas para cativar votos!

- Existe água em fartura estocada nos açudes; bastaria distribuí-la. Acontece que distribuir equivale a enterrar canos que se tornam, então, invisíveis. Coisas invisíveis não geram votos e, então, as águas continuam estocadas! O Governo prefere construir novas obras, sempre novas, pois elas rendem votos!

- O máximo do equívoco sobre águas é a transposição do rio São Francisco, que poderá condenar boa parte do Nordeste sertanejo à salinização. É obra errada, desde o início, condenada pelo Banco Mundial e por todos os cientistas interessados em nordestinidade. Acontece que é uma grande obra e, então, enche os olhos, rendendo votos. O Governo passou por cima do bom senso e está dinamitando a caatinga, como um ditador furioso, querendo garantir a próxima eleição com explosivos. Poderá até ganhar a eleição, mas deixará um desastre ecológico para os nordestinos: um presente de grego!

- Historicamente, os Governos sempre acreditaram no DNOCS - Departamento Nacional de Obras Contra as Secas que chegou a ter milhares de funcionários em Brasília e meia dúzia no sertão nordestino, para lutar “contra” as secas. O certo seria o DNOCS ter sua pomposa sede em Coxixola, Salgueiro, Patos, Tauá, ou qualquer cidade no sertão. (Qualquer órgão referido ao sertão nordestino deveria ter sua sede majestosa lá no sertão, mas estão no litoral ou em Brasília!). Espertamente, depois de lerem dezenas de livros, alguns técnicos governamentais resolveram adotar a nova sigla: DNOCS - Departamento Nacional de Obras para Convivência com as Secas. O Governo começou a melhorar; pelo menos no título, mudando o “contra” para “convivência”, mas parou aí, no papel.

- Os governos estaduais, por seu lado, também insistem no equívoco, construin­do pomposas sedes de órgãos no litoral, para tratar do sertão ressequido. Pilhéria? Sim, mas verdadeira. (Estes órgãos, Secretarias, Autarquias, etc. deveriam ter sua sede lá no sertão!). Na monarquia travestida de democracia, os pequenos imperadores/ditadores querem seus apaniguados ao redor! O sertanejo? Ora, o sertanejo... Quem promete felicidade baseada em água, no Nordeste, é um impostor! Afinal, no sertão vivem pessoas e não apenas eleitores!

- Depois de tantas décadas malhando ferro frio, o Governo já poderia ter descoberto que DNOCS deveria significar Departamento Nacional de Obras de Convivência com o Sequeiro. Sim senhor, “Sequeiro”. Este é o lugar, no sertão, onde se produzem riquezas. A água é apenas um instrumento para fazer o sequeiro funcionar adequadamente. De convivência? Sim, pois as secas serão sempre inevitáveis; não se acaba com ela, nunca! Por isso, a imagem do futuro correto, adequado, honesto, do sertão nordestino é a “convivência” com o sequeiro. Nos bons tempos, o sertão pode ser rico, mas os maus tempos sempre virão. É preciso alicerçar o sertão para os bons e os maus tempos com obras decentes, dentro e fora das propriedades, para ter uma riqueza estável para as pessoas.

 

 

 

u Caprinos e ovinos - Para gerar riquezas no sequeiro, basta construir barragens subterrâneas, poços, cacimbões, etc. - obras que não afetam a ecologia local. Além de milhões de cisternas, seriam importantes milhões de barragens subterrâneas, pois não falta água de chuva. Cada obra custa uma bagatela, dentro da propriedade. O problema é que estas pequenas obras são perenes e, então, o Governo não teria mais um curral eleitoral. É preciso manter o povo na miséria e na esperança para poder amealhar votos, com facilidade.

- Bastaria divulgar a necessidade de curvas de nível, cuja ausência arrasta a terra fértil para os mares, aumentando a tragédia ecológica, ano após ano. Se chovesse muito, no sertão, seria um desastre completo, pois milhões de toneladas de terra fértil seriam carregadas para o mar.

A riqueza, portanto, está em fazer o sequeiro produzir. Ali cabem as plantas adequadas, cabras, ovelhas, gado rústico, abelhas, e culturas específicas. O sequeiro é formidavelmente rico, bastando ser explorado sistematicamente. Bastaria dar dignidade ao trabalho do sertanejo, por meio de Crédito suficiente, Seguro adequado e uma atualização (informações) sobre o que é feito com os sequeiros no resto do mundo.

O diabo, no entanto, domina o cérebro dos politiqueiros, mostrando que no sequeiro vivem milhões de pessoas. O diabo sabe que tais pessoas empobrecidas são votos fáceis, dóceis, dispostas a serem aliciadas pelos trambiqueiros de plantão. Os sertanejos vivem sob o fatalismo; sabendo que precisam tirar proveito dos que está sendo prometido no momento. A eleição é a única chance de pegar algo palpável dos políticos e, assim, os sertanejos trocam votos por dentaduras, camisetas, bonés, cisterna, bolsa maternidade, bolsa reclusão, bolsa família, bolsa escola, bolsa tudo. Nenhum sertanejo raciocina que tanto dinheiro derramado em vésperas de eleições tem origem no bolso de poucos que pagam impostos escorchantes! Para eles, tudo se resume em pegar ou largar! É assim que um bom politiqueiro ganha eleição: adoçando a fé do sertanejo nordestino com água, pois a falta dela é palpável, concreta, sólida. Esta é a verdadeira “indústria da seca”, no Nordeste. Esta é uma imagem sórdida? Sim, mas tem sido real, por décadas e décadas, por gerações e gerações de políticos que já estabeleceram seus feudos nesse território.

Repetindo: o caminho do sertão nordestino está na exploração correta do sequeiro. Isso leva diretamente às cabras e ovelhas. Estes animais têm muito a ensinar ao presidente. Se pudessem falar, elas diriam:

- Presidente Lula, ao invés de “indústria das secas”, o Nordeste precisa é de uma “indústria de miunças”. Praticando a indústria da água um presidente pode perder a eleição; mas com a indústria do sequeiro pode vencer. Afinal, nem todo nordestino quer viver no litoral. Muitos gostam do sequeiro, de seus caprinos e ovinos.

Um dia, algum presidente ouvirá a voz do sertanejo!






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