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Santa Inês rumo ao futuro

Autor: Thiago Beda Aquino Inojosa de Andrade - 06/07/2010

O Nordeste foi responsável pelo grande salto que a ovinocultura vem dando, acompanho essa evolução produzindo carne na Bahia, selecionado genética no Sudeste, pelas raízes nordestinas e minhas viagens anuais. Ninguém imaginou, há 10 anos, que a coisa chegaria onde está. Quando olhamos a FEINCO, uma exposição nacional e as grandes exposições do país, realmente sentimos o crescimento da atividade.

Chegamos aqui devido ao trabalho de criadores como Sr. Pompeu Borba (FCV) com quatro décadas de seleção, Suetônio Villar (SV), Maria Paz e outros (me desculpem não poder citar todos), que selecionaram ovinos e caprinos na época que não valiam nada a mais que o peso, superaram secas e as adversidades que o sertão nordestino apresenta. Só quem vive lá sabe a dureza de uma seca. Esses homens nos deram a base genética para essa evolução, temos que sempre reconhecer esse trabalho e dar a devida importância. Hoje a genética se disseminou e grandes animais estão nascendo em todo Brasil.

 

Os aproveitadores

 

Ando decepcionado com alguns aven­tureiros que se dizem criadores, pegaram carona na seleção dos grandes nomes citados acima e sertanejos que fizeram a ovinocultura nordestina.  ­Esses aventureiros são comerciantes desonestos, querem lucro rápido e fama em julgamentos. O caminho é longo e difícil pa­ra o retorno; a fama acaba logo, diferente do sucesso que dura com o passar dos anos e é o que deveríamos almejar.

Os aventureiros aplicam anabolizantes em seus animais (bombas), alteram idade (gato ou galope), mudam as filiações para facilitar a montagem de progênies ou arranjar produção para valorizar determinado animal.

Uma falta de vergonha e desonesti­dade absurdas! Não exis­te res­peito e profissionalismo, resultando em um show de animais inaptos. Os compradores. além de serem enganados, travam uma batalha para regularizar o produto e transferi-lo.

Temos que banir esses aventureiros; separar o joio do trigo; dar crédito a quem trabalha com seriedade; não achar normal e aceitar as atrocidades citadas acima. Onde está a honestidade? O pós-venda? O compromisso com a atividade?

Não podemos nos calar. Temos que forçar as entidades competentes a tomarem providências. Vejo meu trabalho em pista ser prejudicado sempre por animais com idade alterada que fazem as mudas meses antes do normal. Temos que fazer exames de paternidade.

Nosso projeto é definitivo, não estamos aqui para enganar ninguém. Quando vendemos um animal queremos que ele dê retorno ao investidor. Imagina se esse animal faz as mudas fora do tempo, fica com a traseira deformada de ca­roços de injeções de ADE, perca peso e tenha sua vida reprodutiva afetada por anabolizantes! Isso para mim é motivo de vergonha! Não crio para isso; é contra toda educação que tive. Tenho certeza que a maioria dos ovinocultores também pensam assim. Vamos erradicar es­sa minoria desonesta. Desculpem o desabafo.

 

Crise? Que crise!

 

Vivemos um momento conturbado na economia global, com muitas especulações, falências, empresas gigantes incorporando as que perderam fôlego, prejuízo nas grandes multinacionais, demissões coletivas, recessão e outros eventos aparentemente desanimadores. O que fica claro em toda grande crise é que, enquanto uns perdem, outros ganham. A crise vira uma oportunidade de crescimento. O que podemos tirar de con­creto é que ocorre muita especulação para beneficiar alguns conglomerados.

No meio desse momento confuso, que nos causa receio de investir, gostaria de saber onde está a crise na ovinocultura. O mercado continua comprador de carne; a demanda é muito maior que a oferta; os preços continuam bons; as perspectivas futuras são animadoras; somos o setor que mais cresce na pecuária brasileira. Não conheço um produtor que não consiga vender seus produtos para abate (desde que tenham a qualidade que o mercado requer) e ainda importamos 70% do que consumimos. Posso afirmar que essa tal crise não chegou à nossa atividade. Então nossos problemas são outros.

Ainda estamos longe do sucesso, devido à desorganização da cadeia, resultando em produtos fora do padrão de mercado, baixa produção, manejo incorreto, falta de assistência técnica, baixo padrão genético, falta de profissionalismo, inexistência de incentivos reais do governo para alavancar a atividade. Fico feliz em acompanhar alguns projetos em fase inicial realmente interessante que, com certeza, renderão bons frutos. Exem­plo claro disso é o projeto aqui do Rio de Janeiro, que a Acocerj elaborou e está implantando.

 

 

Milhares de propriedades já têm ou vão ter Santa Inês.

 

Temos condições edafoclimáticas em todos os estados da união, técnicos capacitados, genética de ponta (basta andarmos por algumas exposições), o nosso mercado é enorme e ainda não fizemos campanhas para estimular o consumo. Imagina quando for feito um bom marketing! O Brasil pode e deve preencher esse espaço e, depois do mercado interno, podemos exportar. Temos tudo para alavancar nossa atividade. Alguns grandes frigoríficos começaram a entrar na briga, o que é muito bom.

Falta vontade, organização e coragem.  Acreditar e investir de maneira profissional, com orientação técnica, pensamento empresarial, com objetivos traçados e, principalmente, com volume de produção e qualidade de carcaça. Não vejo como dar errado um projeto viável, bem elaborado, feito dentro da realidade e com mercado crescente. Os erros acon­tecem por não haver profissionalismo, pela carência de assistência e por um projeto sem planejamento. Temos uma atividade rentável e muito viável, mas não se iludam com contas de ganhos astronômicos como canso de ver por aí. Pessoas que não sabem diferenciar uma ovelha de uma cabra entram no ramo fazendo contas absurdas e sendo os próprios arquitetos dos projetos; já vimos esse filme e sabemos o final.

Vamos juntos ao sucesso com passos largos e bem direcionados!

 

Segredos do sucesso

 

A ovinocultura é uma atividade apaixonante; exige muita dedicação e persistência. Ao longo desses anos no ra­mo, já assisti muitos entrarem e saírem da atividade. Basicamente os que saíram haviam cometido os mesmos erros. Achavam que iam ter lucros astronômicos, em curto prazo, com pouco trabalho e não fizeram um planejamento, estando fadados ao fracasso desde o início.

Sem elaborar um projeto, feito por quem entende do assunto, com implementação de pastagens, estrutura, estudo de mercado, preparo dos profissionais e outras coisas fundamentais, o caminho vai ser muito complicado e provavelmente não terá vida longa.

Ovinos e caprinos, apesar de parecidos, não são minibovinos (desculpem o termo), sendo completamente diferentes o manejo, as instalações, a alimentação, a mão-de-obra e, enfim, quase tudo.

Certa vez um amigo comprou 200 ovelhas. Alertei sobre a necessidade de fazer um projeto, mas ele seguiu em frente sem fazer um planejamento adequado. Esses animais vieram do Nordeste e, ao chegar, não havia aprisco para dormir, as cercas não funcionaram (eram pa­ra bovinos), sumiram várias matrizes, houve ataque de cães ao rebanho e problemas com os cascos. Em seis meses ele saiu da atividade e até hoje fala que nunca trabalhou em um ramo tão complicado!

Não pretendo desestimular ninguém, pelo contrário, quero que todos tenham vida longa na  caprino-ovinocultura; conto  essas experiências para alertar a todos sobre os pré-requisitos para o sucesso. O meu projeto deu certo, aprendemos muitas coisas na prática, apanhando mesmo, tivemos persistência e vencemos. A ovinocultura é extremamente rentável, prazerosa, seus resultados econômicos são atraentes, seu ciclo é curto e rápido, adapta-se a pequenas propriedades, o mercado de corte está aberto e em franca expansão.

Basta começar certo, fazer um projeto, preparar tudo para, somente depois, trazer os animais.

 

 

Thiago Beda Aquino Inojosa de Andrade - é presidente da ABSI-Assoc. Bras. dos

Criadores de Santa Inês e proprietário da Faz. Baia Ovinos - contato@absantaines.com.br

Telefax: (82) 3346-1386 - (extraído do site da ABSI, no dia 11/06/2010).






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