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O ALICERCE

- 14/05/2011

O Brasil tem o maior rebanho comercial do planeta e é o maior exportador de carne de gado. As políticas e as tendências mostram que o país vai se tornar grande exportador de todos os tipos de alimentos tropicais, estando as carnes à frente, como fonte de proteína para a humanidade. Essa é uma grande responsabilidade, além de oportunidade.

A carne ovina e caprina tem um vasto mercado a ser atendido, faltando animais. Essa falta de animais pode ser traduzida pela falta de tecnologia atualizada, pela falta de preparo do mercado consumidor, pela falta de entrosamento entre produtores e vendedores, etc. Falta, enfim, o alicerce sólido para a atividade.

Até o momento, o sucesso tem sido conquistado, passo a passo, aos trancos e barrancos, pelos próprios produtores. Agora estão surgindo vários frigoríficos, laticínios, curtumes, surfando na onda progressista. Ainda são poucos e boa parte deles está fadada a fechar as portas por falta de matéria-prima, ou seja, de animais.

Construir um edifício, um prédio, é tarefa fácil. O difícil é disciplinar os produtores para entregar a matéria-prima na hora certa e com a qualidade esperada. São tarefas complicadíssimas, pois essa "hora certa" no mundo dos trópicos ainda não foi estudada o suficiente. De fato, há "horas certas" para cada um dos 40 microclimas brasileiros. Acertar os ponteiros entre produção e escoamento lucrativo é tarefa que exige o máximo de atenção, sem os torpedos habituais disparados pelos fiscais de plantão nos órgãos governamentais. Ou o Governo entende que precisa promover o desenvolvimento (tão apregoado pela presidenta Dilma) ou a atividade continuará navegando nas ondas turbulentas da clandestinidade, dos modismos, etc. Acertar o ponteiro, portanto, parece fácil, mas não é.

Quando se fala em "qualidade esperada" há um perfil determinado pelo mercado internacional, mas a realidade brasileira, em sua produção, é muito diferente, estando apenas engatinhando, muito longe de poder atender a exigência mundial. Sequer existem receitas culinárias adequadas para cada microrregião brasileira. Ainda se associa carne de carneiro com "mau cheiro", etc. - evidenciando que há um caminho a ser percorrido até que a carne chegue, com regularidade, uma vez por semana, ao prato dos brasileiros, sem cheiros, tão deliciosa como as demais.

O Brasil havia se acostumado a produzir carne "ruim", ou sem qualidade, e importava a carne nobre de outros países, principalmente do Uruguai. No mundo civilizado, porém, a carne de cordeiro é considerada muito nobre e os brasileiros estão se acostumando a encontrar essa nobreza, mesmo que importada. Cabe aos frigoríficos garantir o fornecimento de carne de alta qualidade para o mercado, ampliando a oferta, reduzindo os preços, para que a carne possa disputar, no futuro, um lugar no mercado, ao lado de outras já consolidadas.

É o momento, então, de alertar empresários dispostos a investir em frigoríficos, para que tenham em mente a necessidade de disciplinar o núcleo de produtores que irá garantir o pleno funcionamento de sua indústria. Muitos já fecharam as portas, devido apenas a essa falta de planejamento dos produtores.

De nada adianta erguer o prédio se irá faltar carne, ou ela será de péssima qualidade. De nada adianta ficar malhando o clandestino comprador de carne, pois ele somente desaparecerá quando for substituído, com eficiência, por um sistema abrangente e recompensador para o produtor. Não será por pressão, ou coerção, que o clandestino irá desaparecer, pois ele é acobertado diretamente por produtores que, sempre, irão preferir aquele que paga mais. Tem sido assim por 500 anos.

A atividade, portanto, está sendo construída, tijolo por tijolo e cada um representa um carneiro ou cordeiro preparado para atender o mercado. Ao pensar no prédio, o empresário precisa compreender que cada tijolo é um cordeiro. Se ele tem os rebanhos de cordeiros, o prédio ficará em pé. Se não tiver implantado o sistema de produção, o prédio será inútil.

Por isso, dezenas de frigoríficos e fornecedores de carne ao mercado já estão dando assessoria completa, treinamentos, etc. para os núcleos produtores - com vistas a uma moderna e homogênea carcaça.

A integração entre produtores, núcleos, frigoríficos, canais de escoamento, exportadores, técnicos, cientistas e promotores em geral - forma a cadeia da atividade. É preciso pensar em todos os degraus, ao mesmo tempo, para ter garantia do sucesso.

Alguns frigoríficos já fazem confinamento próprio, para garantir o acabamento de carcaça. Outros distribuem reprodutores selecionados. Outros promovem cursos e dias-de-campo. A maioria distribui receitas culinárias para usuários. Tudo isso mostra que o mercado está em franca ebulição, tateando o futuro.

Se a voracidade fiscalizadora e punitiva do governo não impedir, a produção de carne ovina continuará progredindo e logo estará exportando para o mundo inteiro, enriquecendo o país. Na hora de fazer as contas, quem salva a balança comercial é sempre o setor rural. Seria ótimo se o governo atendesse, então, o setor rural com muita cordialidade, benevolência, estímulos e compreensão, pois ali repousa o futuro do país, o verdadeiro financiador do sucesso urbano tão bajulado e enaltecido pelas autoridades. No Brasil, não haveria sucesso nas cidades se não fosse o suor do homem do campo!






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