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Priscila, a recordista mundial no Sertão

- 05/09/2011

Ninguém duvida que o Semiárido seja berço natural de cabras e, entre elas, muitas leiteiras, mas agora foi batido o recorde mundial, inaugurando um novo tempo para os sertões.

 

 

Há muitas histórias nordestinas sobre cabras campeãs de leite em ­Torneios (ou Concursos) durante as feiras, desde a década de 1960. Antes disso, havia relatos de animais de alta produção, mas tudo foi sendo esquecido pela alta velocidade dos tempos modernos. Só existe, hoje, uma maneira de registrar um animal fabuloso: nas páginas da imprensa e nos livros adequados de entidades. Desde 1976, há histórias publicadas pelo “Jornal do Berro” e, depois, pela revista “O Berro”. Mereceram destaque, em suas épocas, os animais:

l Na Fenagro/1996, uma cabra ­Anglo-Nubiana atingiu média de 7,12 kg (3 dias, 2 ordenhas) e pico de 7,40 kg, entrando no rol das recordistas brasileiras. Era da Fazenda Paschoal. (O Berro nº 25, 1997)

l Na Fenagro/1997, Lira do ­Paschoal, Anglo-Nubiana, atingiu 6,9 kg/dia no Concurso Leiteiro. (O Berro n.º 29, 1998)

l Saída de Lagoa dos Velhos, Roxinha, murciana caoba produziu 7,1 kg na 3ª Caprifeira, em João Câmara de 1997. Era de Woden Madruga. Junto dela estava Amarelinha, também caoba que produziu 5,6 kg/dia. (O Berro nº 30, 1998)

l Um pitoresco exemplo foi “Tieta do Sertão”, pois nem nome tinha. Muito arisca, foi considerada uma “piada” no início do Concurso de Sertânia/1998. Seu proprietário, apelidado de “Sukita” nunca havia tentado ordenhá-la. Era cabra sertaneja, com orelhas feitas a facão. Passou dois dias “amansando o animal”, cheio de dengos e eis que Tieta produziu 6,34 kg de média diária, desbancando POs e POIs que haviam sido compradas por altos preços pelo Governo do Estado. Assediado por compradores, Sukita vendeu Tieta pela fabulosa quantia de $ 1.000 da época. (O Berro nº 34, 1999)

Os sucessos do Nordeste, porém, constituem uma história à parte, pois o Sudeste e Sul produzem leite há muito tempo, com as raças especializadas Saanen, Parda Alpina e Toggenburg - havendo notáveis animais. O “Anuário Brasileiro de Caprinos & Ovinos”, da revista O Berro, tem publicado a Lista das Recordistas Brasileiras de todos os tempos, para que a evolução fique registrada na história.

 

Priscila - Agora surge Priscila, da Fazenda Jiquiri, de Sertânia (PE), arrebatando o recorde mundial, com torcida organizada, testemunhas, juízes e povo. O proprietário, Sílvio Bezerra, pequeno produtor, tem vencido vários concursos no Sertão do Moxotó e do Pajeú. Sílvio Bezerra faz cruzamentos entre Alpina, Saanen e Toggenburg, sempre tentando casar leite e rusticidade.

O recorde foi homologado pela Apecco, ABCC e Sara/PE, sob comando da inspetora Ana Paula Morais de S. Freitas, atingindo 13,141 kg/dia (ou 39,425 kg/ em 3 dias, 6 ordenhas).

O pico de Priscila foi na 1ª ordenha, com 13,80 kg. Priscila está com 62 meses e na 5ª parição.

 

 

 

 

Guardando o tesouro

 

Para não se perder nas brumas da história, Priscila e suas ancestrais deverão ser remetidas para uma central de embriões do IPA/SARA, embora seja mestiça (meio-sangue Toggenburg/Alpina). Vai entrar num programa de Transferência de Embriões, promovido pela SARA e Apecco. No momento, os técnicos e o proprietário estão em busca de suas ancestrais e parentes conhecidas, baseados apenas nas lembranças dos donos. Sabe-se que sua região sofre grande influência da genética leiteira da região de Pedras, Buique e Garanhuns - a maior bacia leiteira de Pernambuco. Foi esta bacia que recebeu do governo de Pernambuco (IPA/SARA) doações de cabras Toggenburg, Alpinas e Saanen - importadas dos EUA e da Europa, no passado. A região é muito conhecida por produzir excelentes animais leiteiros.

Agora, Priscila vai passar pelos mesmos dois caminhos que orientam os selecionadores, desta vez por meio de Transferência de Embriões:

1) fechar consanguinidade - com reprodutor puro, rigorosamente esco­lhido. O ideal seria seu próprio pai, retornando então à raça-base, levando consigo a notável carga leiteira. Depois, as crias de Priscila, novamente, seriam retrocruzadas com reprodutores da raça ancestral, fixando uma linhagem definitiva com fisionomia própria.

2) manter consanguinidade aberta - acasalando Priscila com reprodutores de várias raças e origens, dando origem a estirpes diferenciadas. Sendo meio-sangue, Priscila irá produzir crias 3/4 de Parda ou Toggenburg (se o pai for Pardo ou Toggenburg). Também pode produzir tricrós de Saanen (se o pai for Saanen). Os produtos dos vários caminhos, depois do primeiro acasalamento, deverão ser encaminhados para o estreitamento da consanguinidade, na tentativa de fixar linhagens que sejam eternizadas nas mãos de muitos criadores, dentro de cada raça.

Utilizando Transferência de Em­briões surgirão muitos produtos que serão comprados por bons preços pelos produtores de leite. Priscila está apenas começando uma página histórica.

O importante é que - sejam lá quais forem os caminhos - tudo deveria estar bem anotado nos Livros de Registro Genealógico.

 






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