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Perdemos Brennand, nosso general que abriu as porteiras da moderna caprino-ovinocultura para todos

Autor: Rinaldo dos Santos - 18/04/2012

 

 

 

 

Morreu o farol, a bússola, o general que arregaçou as mangas para enfrentar uma batalha a favor da brasilidade e da nordestinidade. Foi ele o homem que abriu as cortinas para mostrar a enorme e fabulosa riqueza que estava escondida nos sertões nordestinos. Sua visão inaugurou um novo tempo.

Luiz Felipe Brennand foi o grande empresário nordestino visionário da modernidade. Ele enxergou a chance de lançar a caprino-ovinocultura como legítima ferramenta de redenção que poderia viabilizar os sertões.

Vendo que a Paraíba estava buscando tecnologia na África do Sul, tratou de implantar a Caroatá Genética que seria o “vaticano da genética”. Não medindo esforços e recursos, embarcou nas iniciativas que alicerçavam o ingresso do Nordeste em um novo tempo: a importação das raças Boer, Dorper, Damara, Savana, abrindo as portas do futuro.

Assim, a iniciativa privada teria também a oportunidade de acelerar o desenvolvimento da caprino-ovinocultura. Contratou os melhores técnicos da época e tratou de formar muitos outros. Sua fazenda transformou-se em escola para todos que pretendiam conhecer o manejo dos pequenos ruminantes.

Ao mesmo tempo, seu espírito de pioneirismo começou a democratizar o acesso a bons animais de alta genética para todos, por meio de exposições e leilões.

Como num passe de mágica, os caprinos e ovinos transformaram-se - de moeda corrente nas feiras - em mercadoria de alto valor agregado, no cenário nacional.

Os nordestinos, com Brennand à frente, lançaram-se à mais empolgante aventura das últimas décadas, abrindo as porteiras do Sudeste, do Centro-Oeste e da Amazônia, evidenciando que o país podia lutar por um lugar ao sol, ao lado de grandes países.

Começava assim a revolução que iria provocar o surgimento de um novo tempo, trazendo muitos novos empresários para a atividade. Rapidamente, o cenário brasileiro da caprino-ovinocultura transformou-se numa vibrante festa, rivalizando com os grandiosos eventos de gado e cavalos. De atividade da “vaquinha de pobres”, a caprino-ovinocultura transformou-se em atividade de empreendedores para dinamizar a geração de renda das pequenas e médias propriedades em todo país.

Dezenas de empresários começaram, então, a seguir os passos de Brennand, visitando a Austrália, Nova Zelândia, Inglaterra, Alemanha, Estados Unidos e França, em busca de animais.

O Registro Genealógico deu uma reviravolta: de poucas centenas de criadores chegou a ostentar mais de 3.000 criadores de uma única raça: a Santa Inês. Jamais uma espécie tivera crescimento tão vertiginoso.

Juntamente com tanta euforia, houve um aquecimento também no extremo sul brasileiro, promovendo o despontar das antigas tradições dos gaúchos, dispostos a promover cruzamentos com as raças deslanadas. O Brasil atingia um novo patamar em sua criação, unindo o Nordeste tórrido ao Sul gelado, fomentando várias alternativas de produção de carne.

Em todos os grandes eventos, lá estava Luiz Felipe Brennand, à frente, sempre disposto a afiançar qualquer inovação. Foi assim que a revista O Berro, de veículo da nordestinidade, adquiriu confiança para alçar voos, chegando a todos os currais do país, com fisionomia de modernidade, logo se transformando numa das maiores revistas técnicas do Brasil.

Foi Brennand quem buscou em todos os rincões do Semiárido os mais expressivos reprodutores para acelerar o desenvolvimento da atividade. Foi Brennand que, sendo consultado pela revista O Berro, para o possível lançamento da TV do Berro, foi categórico:

- Não é bom para todos? Então, vamos lançar uma Televisão.

Assim nasceu a TV do Berro, tendo Luiz Felipe Brennand como um dos “âncoras”.

A Fazenda Caroatá testava toda sorte de inovação que surgia, para garantir velocidade ao desenvolvimento da caprino-ovinocultura. Nada era esquecido, pois tratava-se de um resgate da alma sertaneja nordestina - uma alma que sempre ressuscita após cada Grande Seca, inaugurando um novo tempo - sempre com ovinos e caprinos à frente.

Brennand foi, então, o timoneiro da moderna caprino-ovinocultura, o general que era símbolo de suprema seriedade, desfilando sua gentileza e afeição a todos que participavam de seu entusiasmo pelos pequenos ruminantes.

Certa vez, discutindo sobre a viabilidade da ovino-caprinocultura, Brennand foi claro:

- A Austrália não chegou lá? A Nova Zelândia também? Então o Brasil também vai chegar. Só que vai chegar, para ficar. Se a Austrália chegou a ter 180 milhões de cabeças, nós também podemos chegar. É só enfrentar a poeira dos tempos, sem olhar para trás.

Indagado sobre tamanho entusiasmo, foi categórico:

- O mundo precisa dos alimentos do Brasil e nós, do Nordeste, temos a grande chance de produzir e encher milhões de pratos, em muitos países, com carne de primeiríssima, feita sob o sol dos trópicos.

Esse foi Luiz Felipe Brennand, o homem que estava além de seu tempo, realizando obras para a posteridade. Quis o destino levá-lo tão cedo, mas restou a certeza de que o esplendor da caprino-ovinocultura jamais teria chegado ao atual estágio, se não tivesse existido o comando carinhoso e firme do general, durante mais de duas décadas, em todos os momentos mais importantes que ficarão para sempre na história, com a gratidão de todos os brasileiros.

 

Rinaldo dos Santos

Fundador de O Berro.

 






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