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A epopeia das cabras valentes na terra Brasil

Autor: Ariano Suassuna - 14/04/2013

Houve quem falou que as cabras deveriam estar na bandeira do Sertão e não há porque contestar essa afirmação, pois de um jeito ou outro elas estão lá embandeirando as terras onde rara é a água, mas não a riqueza possível.

 

Mais de 91% dos rebanhos caprinos do Brasil (IBGE 2011) encontram-se concentrados na região Nordeste. Animais “que não secam durante a seca”, como afirma o poeta Mauro Mota (1981), bodes, cabras e cabritos integraram-se de tal modo à região que hoje é quase impossível imaginar o Semiárido brasileiro sem a presença desses ruminantes.

A par dessa expressiva integração dos caprinos à vida dos nordestinos, modelou-se uma identidade cultural singular, uma “cultura de bode”, expressa abundantemente na arte popular (xilogravuras, artesanato, cordel, etc.), na literatura, na música, na cozinha e no cotidiano do sertanejo. Na cozinha, em especial, devido aos processos migratórios, essa cultura se espalhou pelo País, conquistando os mais refinados gostos e as mais requintadas mesas de diferentes regiões.

 

A conquista da terra Brasil

 

Estudiosos acreditam que as raças domésticas de caprinos hoje encontradas em todo o mundo tenham suas origens na Capra aegagrus, da Pérsia e Ásia Menor; da Capra falcoreni, do Himalaia e da Capraprisca, da bacia do Mediterrâneo. A cabra foi um dos primeiros animais domesticados pelo homem há 8.000 anos. O homem, a partir desta domesticação, passou a alimentar-se não apenas da carne do animal, mas também do seu leite. Começava ali uma relação que atravessaria milênios e diferentes civilizações, sempre ajudando a humanidade a vencer os desafios da natureza e as fraquezas do corpo e do espírito.

Os caprinos, na Península Ibérica, foram trazidos pelos árabes durante os 7 séculos de dominação moura na região. Os primeiros a introduzirem estes animais, no Brasil, foram os colonizadores portugueses, franceses e holandeses. Os tipos étnicos pioneiros em solo brasileiro são os caprinos das raças Serrana e Charnequeira. Depois vieram as contribuições das raças Toggenburg, Anglo-Nubiana, Malteza, Angorá, Saanen, Pardo Alpina, entre outras.

Deste emaranhado de raças foram surgindo outras, algumas reconhecidas hoje como raças oficiais, como, por exemplo, a Moxotó e Canindé, além de tipos menos expressivos e não reconhecidos como raças. São exemplos a Repartida, a Marota, a Gurgueia, a Biritinga, a Azul, a Graúna, a Nambi e a Orelha de Onça, todas sem maior diferenciação genética e produtiva.

A adaptação destes animais, da chegada ao Brasil à conquista dos sertões nordestinos, não foi tão rápida como se imagina. Ocorreu à custa de tempo e perda produtiva. O processo de seleção natural foi determinante, sobrevivendo aqueles animais com maior capacidade reprodutiva, maior resistência ao clima ensolarado do País e a baixa disponibilidade alimentar, além de resistentes às enfermidades.

 

 

 

 

 

O rebanho e produção de caprinos no Brasil e no mundo

 

Talvez pela rusticidade e adaptabilidade dos animais, mais de 95% da caprinocultura no mundo concentra-se, hoje, em regiões tropicais secas e subtropicais, geralmente em áreas com baixo potencial agrícola e em áreas marginais de países em desenvolvimento. Segundo dados da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO, 2012), o mundo tem 921 milhões de cabeças e o Brasil ocupa a 17ª posição em rebanho (9,32 milhões, ou 1,0% do total mundial), estando atrás da Índia, China, Paquistão, Nigéria, Sudão, Irã, Etiópia, Indonésia, Mali, Mongólia, Níger, Quênia, Tanzânia, Burkina Faso e Somália. (Tab. 1).

 

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Tabela 1 - Os 20 maiores rebanhos de caprinos no mundo

n

Países

Caprinos (cab)

1.              

Índia

154.000.000.00

2.              

China

150.706.554.00

3.              

Paquistão

59.900.000.00

4.              

Nigéria

56.524.100.00

5.              

Bangladesh

50.000.000.00

6.              

Sudão

43.441.000.00

7.              

Irã

25.700.000.00

8.              

Etiópia

22.786.900.00

9.              

Indonésia

16.821.000.00

10.            

Mali

16.522.500.00

11.            

Mongólia

13.883.200.00

12.            

Níger

13.673.100.00

13.            

Quênia

13.300.000.00

14.            

Tanzânia

12.900.000.00

15.            

Burkina Faso

12.342.500.00

16.            

Somália

11.400.000.00

17.            

Brasil (*)

9.312.780.00

18.            

Iêmen

9.016.000.00

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