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A ovelha e os conflitos

- 24/05/2013

Ela está presente em vários momentos da história, desde o Antigo Testamento, na colonização, em conflitos e até posses presidenciais.

A existência dos ovinos foi comprovada em depósitos fósseis de até um milhão de anos. Esses animais foram os primeiros a serem domesticados por volta de 11000 a.C., provavelmente na Ásia, mas a Ciência pode descobrir novas provas e retroceder esses 11 mil anos para 100 mil, por exemplo. Do ovino aproveita-se a carne, o leite, a pele, o estrume, e várias outras especiarias. Até a urina acaba sendo utilizada em medicamentos, cosméticos, etc. O Homem parece ter aprendido a fiar a lã por volta de 4.500 a.C. mas não há uma data precisa, uma vez que a lã deteriora no correr do tempo.

Assim, a ovelha está diretamente ligada à própria evolução do ser humano e à construção de civilizações.

A produção de ovinos foi bem estabelecida durante os tempos bíblicos. Há muitas referências das ovelhas na Bíblia, sobretudo no Antigo Testamento e outros Códigos (Hamurabi, etc.). É uma das mais antigas indústrias organizadas pelo Homem. A lã foi a primeira mercadoria de valor suficiente que justificou o comércio internacional.

 

Raça Navajo - uma das mais antigas nos Estados Unidos. 

Ovelhas no Novo Mundo

A rainha Isabel da Espanha, em 1400, usou o dinheiro derivado da indústria da lã para financiar as viagens de Colombo e outros conquistadores. Colombo em sua 2ª viagem ao Novo Mundo, em 1493, levava ovelhas como fonte de mantimentos. Ele deixou algumas em Cuba e São Domingos.

Cortez começou sua exploração do México e no Oeste dos Estados Unidos em 1519, conduzindo ovelhas que eram descendentes daquelas introduzidas por Colombo. Acredita-se que estas ovelhas sejam do tronco “Churro”, no qual está inscrita a raça Navajo, a mais antiga nos Estados Unidos. Esta raça ainda é mantida por tribos Navajo.

Acredita-se que a raça “Nativa da Costa do Golfo”, ou “Nativa da Flórida” é diretamente descendente das ovelhas trazidas para o Novo Mundo por exploradores espanhóis e franceses. Estas ovelhas, selvagens até o início do século 20, são conhecidas por sua resistência natural aos parasitas e vermes.

Início da história americana

A Inglaterra tentou desencorajar a indústria da lã nas colônias americanas durante os séculos 16 e 17. Os colonos, no entanto, contrabandearam rapidamente as ovelhas para outros Estados e desenvolveram a indústria de lã. Havia 10.000 ovelhas nas colônias em 1664 e o Tribunal Geral de Massachusetts aprovou uma lei exigindo que os jovens aprendessem a fiar e tecer.

Em 1698, a América estava exportando produtos de lã. A Inglaterra ficou indignada e tornou ilegal o comércio de lã. Como punição exemplar, cortava a mão direita do “infrator”, geralmente preso ao tentar comercializar produtos.

As restrições à criação de ovelhas e à produção de lã, juntamente com a Lei do Selo, levaram à Guerra Americana. Assim, fiação e tecelagem foram consideradas atos patrióticos, motivos para uma grande guerra.

Quando terminou a guerra, temendo a concorrência americana, a Inglaterra proibiu, por Lei, a exportação de qualquer ovelha, mas permitiu a exportação de carneiros.

A Inglaterra fez o mesmo com o Brasil, mas muito pior: destruiu os teares e liquidou os rebanhos durante vários séculos. Somente no início do século XX, a exploração ganhou impulso no Rio Grande do Sul. Já no Nordeste brasileiro, as ovelhas escapavam da caça e das secas embrenhadas nas caatingas. Assim, o Rio Grande do Sul viu a sobrevivência de ovelhas lanadas (europeias) e o Nordeste viu a sobrevivência de ovelhas deslanadas (africanas).

 

Junto dos deuses, imperadores e gente

simples: sempre os ovinos.

 Pastores presidenciais

George Washington criou ovelhas em sua propriedade Mt. Vernon. Também Thomas Jefferson mantinha as ovelhas em Monticello. Os presidentes Washington e Jefferson tomaram posse presidencial vestindo ternos feitos de lã americana: era um gesto patriótico de defesa de uma instrumento gerador de riqueza para o país. Também a jaqueta de posse de James Madisons foi feita de tecido de lã oriunda de ovelhas criadas em sua casa na Virgínia. Na época do Presidente Woodrow Wilson, ovelhas pastavam no gramado da Casa Branca.

Vários presidentes e reis somente sentavam se o trono tivesse almofada de lã.

Conflitos

Aconteceram muitos conflitos na História da Humanidade, envolvendo os rebanhos de ovelhas. Afinal, era um sinal muito importante da riqueza dos proprietários.

- Um dos mais terríveis talvez tenha sido o “Highland Clearance” que pretendia expulsar os camponeses e colocar, em seu lugar, enormes rebanhos produtores de lã, na Escócia. Milhares de pessoas foram obrigadas a abandonar suas casas onde viveram seus avós, bisavós, etc. há centenas de anos.

- Na Guerra dos limites dos Estados Unidos violentos conflitos estouraram entre fazendeiros e pastores de ovelhas, pois ambos concorriam por terras para seu rebanho. Houve muitos conflitos na ocasião, pois os rebanhos de gado exigiam terras que estavam sendo aproveitadas pelas ovelhas.

- Na Inglaterra aconteceu algo como o “Highland Clearance”. Os campos abertos foram fechados em propriedades individuais para criação de ovinos, deslocando muitos agricultores de subsistência.

- Os romanos invadiram, por várias vezes, a Ibéria, por causa do valor da lã das ovelhas.

A lã era a matéria-prima para o vestuário. A pele era matéria-prima para a escrita (pergaminhos). A civilização humana progrediu, mas deve muito aos rebanhos de ovelhas e cabras do passado.






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