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Matérias



Assalto às miunças

- 01/03/2007

Quando o Governo Lula assumiu, prometemos somente elogiá-lo, pensando em tê-lo como aliado da caprino-ovinocultura e deixamos de apresentar diversas esquisitices. Agora, porém, surgem dois fatos desastrosos, não sendo possível acobertá-los, até por serem óbvios demais. Ocultá-los seria pecar por omissão.
 
O desastre do leite - Muitos elogios foram feitos ao governo potiguar quando deu início ao Programa de Leite, adquirindo o produto com bom preço, e distribuindo-o na merenda escolar. Os produtores compraram as cabras leiteiras dos Estados vizinhos e passaram a contar com valiosa renda que, ao ser gasta, revertia em impostos para o governo. Em poucos meses, o Estado ocupou a vanguarda da produção leiteira do Brasil, sendo logo seguido pela Paraíba, Pernambuco e Ceará. O futuro parecia sorrir para as cabras leiteiras do Nordeste.
Agora, Lula dá uma ordem estranhíssima: todos têm que reduzir a entrega para apenas 13 litros por dia. Número 13, número do azar! Os coitados que investiram em animais, fizeram feno, plantaram palma, para ganhar um dinheirinho (!), foram ceifados pelo Governo. E pior: o Governo ameaçou comprar leite em pó para vender nas cidades, se vier a faltar leite in natura!
Perguntado sobre o incrível cálculo para chegar ao número 13, o representante do Governo Federal, na Paraíba, explicou que o interesse era “proteger” os pequenos, “excluindo” parte da produção dos grandes! Ou seja, para o atual Governo, produtor de 14 litros de leite de cabra é um grande empresário. Negócio de doido! Enquanto isso, o Paraná quer recolher leite de quem produza, no mínimo, 500 litros (de vaca) pois, abaixo disso, é anti-econômico. Em países avançados, a quota mínima é de 1.000 litros!
 
Governo míope - O programa Fome-Zero, que estimulava o leite de cabra, virou a casaca e, agora, quer liquidar as miúnças nordestinas. Já havia decretado uma redução na quota de leite a ser recolhido. Agora, vem o segundo decreto: só vai recolher o rico leitinho (até 13 litros) de propriedade familiar que seja minúscula e cadastrada. Enquanto isso, o Governo faz de conta que não enxerga que a Europa distribui R$ 125 bilhões para manter as pessoas no campo, ordenhando vacas e cabras! Num país como o Brasil, que ainda passa fome, o Governo quer liquidar as cabras!
Paradoxalmente, esse mesmo governo Lula já transferiu para os mais ricos uma soma maior do que o subsídio europeu! Ou seja, ajuda os ricos (bancos, etc.) e insiste em matar a cabra que é a única “galinha dos ovos de ouro” das pessoas pobres nordestinas. É um besteirol governamental de fazer dó!
Lula faz de conta que não enxerga que - com a queda das cabras - cairão também as ovelhas nordestinas. Com a queda das cabras e das ovelhas, cairá o próprio sertanejo, retornando à antiga posição de pária brasileiro. Isso é uma afronta contra o bravo povo que constitui a “Civilização das Secas”.
O Programa do leite de cabra tinha dado tão certo! Era comum ver pequenos produtores levando o leite em bicicletas, motos, carrocinhas, jumentos, etc. Era uma renda maravilhosa para o sofrido povo sertanejo, que não media esforços, frequentava cursos de fenação, de seleção genética, de sanidade, etc. - acreditando no Lula!
 
A hipocrisia - Tudo mudou! Agora, quem leva 20 litros de leite de cabra, de bicicleta, é rico, não precisa de apoio nem de estímulo! Com essa medida, o Governo Lula compara-se ao de Arthur Bernardes que liquidou o “ouro branco” do sertão nordestino, para favorecer o Centro-Sul (São Paulo e Paraná).
Esta é uma tolice descomunal, pois se trata de um ano eleitoral e o Nordeste é um eterno “voto de cabresto” nas mãos dos governos que têm dinheiro farto para distribuir. Parece que Lula está até desprezando os votos dos sertanejos nordestinos! (Nos últimos 20 anos de democracia plena brasileira, foi transferido R$ 1,2 trilhão para os mais ricos! Só no Governo Lula foram mais de R$ 100 bilhões! Não tem sentido economizar uns tostões, cortando o leite das cabras do sertão).
Tudo avançava muito bem: o leite de cabra já havia estruturado, rapidamente, pólos produtores em Lajes (RN), Apodi (RN), Mossoró (RN), Sertânia (PE), Petrolina (PE), Garanhuns (PE), Monteiro (PB), Taperoá (PB), Carnaíba (PE), São Pedro do Cordeiro (PE), e tantos outros. Agora, vem a degringolada!
Como pode um único Governo rebentar tudo isso? Sem dúvida, para chegar a tanto, precisa estar muito alienado das coisas da própria terra. Se faz isso com o sertanejo nordestino - que é primo pobre do país - o que o Governo não estará fazendo com o resto do Brasil?
O certo é que Lula elegeu-se vendendo a imagem de nordestino “sofrido” como qualquer sertanejo e, como retribuição, quer secar o leite das cabras da região! É muita ingratidão, ou será burrice mesmo?
O certo é que tamanha hipocrisia não deveria ser dirigida às inocentes cabras e ao povo sofrido nordestino. O que interessa ao pobre é ter um acesso ao copo de leite ou ao prato de comida e, não necessariamente, ser forçado a produzir o leite ou a carne. Por conta dessa hipocrisia, os mais pobres ficarão ainda mais pobres e os demais perderão o estímulo de produzir na terra que sempre granjeou desprezo dos governantes. Lula será lembrado como o Governo que assaltou as miúnças do Nordeste, para aumentar a renda a ser distribuída aos mais ricos do restante do Brasil.
Governo do povo, antes de tudo, precisa ser amigo das cabras e das ovelhas! E Lula está provando ser o contrário disso.
 
Publicado no Be 87





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