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Homeopatia em pequenos ruminantes

Autor: Leslie Avila do Brasil Almeida - 01/09/2005

A homeopatia é uma terapêutica cada vez mais em evidência no Brasil e no restante do mundo, não só para tratamentos em humanos, como também para animais de estimação e cada vez mais também para os animais de produção.
 
Motivos para usar - Podemos enumerar os seguintes:
l O produtor já tem um conhecimento prévio sobre o assunto e deseja que seus animais também se benefi­ciem desse tipo de tratamento;
l Ele já está desiludido com tratamentos convencionais e deseja algo diferente;
l O tratamento homeopático é muito mais acessível do ponto de vista econômico, o que vem de encontro com a descapitalização crônica da maioria dos produtores rurais;
l Há um crescente aumento na de­manda por produtos “limpos” e preocupação com a segurança alimentar, em que se desejam alimentos livres de resíduos químicos potencialmente danosos à saúde humana e também ao ambiente;
l Produtores que estejam criando seus animais sob manejo orgânico ou biodinâmico. Nestas modalidades de produção animal, a homeopatia é uma das ferramentas terapêuticas de eleição.
Vantagens - Temos o seguinte:
u O organismo é estimulado como um todo e reage, se tiver condição, de modo a buscar sua recuperação – tem um comportamento mais ativo. Para os homeopatas, não existem doenças, mas sim doentes, e estes adoecem em conseqüência de um desequilíbrio em sua energia vital;
u O tratamento é suave e não-traumático, uma vez que não há necessidade de contenções estressantes tanto para os animais como para os veterinários e tratadores;
u Há uma diminuição significativa da necessidade de intervenções cirúrgicas;
u É imperceptível ao paladar, o que faz com que o animal deixe de ter aversão ao medicamento;
u Percebe-se uma melhora global no organismo. Isto ocorre devido ao fato de haver uma mobilização geral na busca da recuperação ou volta ao estado de saúde. Essa melhora global inclui o aspecto comportamental também, através da maior calma dos animais, além da alegria e disposição que pode ser facilmente verificada nas cria­ções onde já se usa homeopatia sistematicamente;
u Custo acessível dos medicamentos.
 
Limitações - Naturalmente, a homeopatia não é uma panacéia e tem suas limitações:
s Quando a capacidade reativa do indivíduo está comprometida severamente ou mesmo nula. A energia vital não consegue reagir ao estímulo e portanto é possível que ocorra o insucesso do tratamento;
s Em situações onde sejam necessárias intervenções cirúrgicas ou imobilizações. O tratamento homeopático atua no pós-operatório, proporcionando uma recuperação mais rápida e sua­ve. 
 
Tratamento - Pode ser feito de forma individualizada ou em nível de rebanho ou seja, populacional. Neste caso, são avaliados os sintomas de todos os animais e o tratamento é feito como se fosse um único indivíduo – a esta modalidade de tratamento denomina-se Gênio Epidêmico.
Naturalmente, a necessidade de medicar os animais deveria ser algo esporádico e o último recurso. O correto é ter um manejo específico para cada espécie, de modo que os aspectos nutricionais, comportamentais e sanitários sejam adequados e os animais não sofram estresse e possam desta maneira expressar o máximo de seu potencial. Nenhum medicamento substitui o manejo adequado do rebanho.
Entre os pequenos ruminantes há uma série de transtornos que podem causar perdas econômicas, seja por morte dos animais como por diminuição no ganho de peso ou mesmo na capacidade reprodutiva.
    
Alguns medicamentos - A seguir, faremos um relato de alguns medicamentos homeopáticos empregados com sucesso no tratamento de diferentes afecções. Lembramos, no entanto, que as doses e a escolha dos remé­dios homeopáticos devem ser sempre criteriosas para cada animal ou plantel e que um tratamento eficiente em uma propriedade pode não ter o mesmo resultado em outra, muitas vezes por um pequeno detalhe que só um olhar treinado e tempo de experiência podem detectar.
 
l 1 - Abscessos – de qualquer natureza, como também aqueles decorrentes da Linfadenite Ca­seo­sa ou Mal do Caroço, que tem co­mo agente o Co­rynebacterium pseudotuberculosis .
Hepar sulphur – quente e doloroso, o animal não suporta o contato. Promove rápida supuração do abscesso. Após a drenagem o local deve ser bem higienizado e podem-se fazer curativos com pomada de Calêndula.
Silicea terra – promove expulsão de corpos estranhos, reduz endurecimentos em partes moles.1.
      
l 2 - Cistite e Urolitíase – a urolitíase acomete principalmente machos em idade adulta e é decorrente de um desequilíbrio nutricional, especialmente de cálcio e fósforo. O animal apresenta urina turva com forte odor e presença de “areia” e eventualmente sangue na urina; em conseqüência ele manifesta muita dor e tenesmo, adota uma posição encurvada no dorso, estica os membros e faz muita força para urinar, sem sucesso, ou eliminando apenas gotas de urina.
• Cantharis – há muita dor ao urinar; micção em gotas e com presença de sangue
Lycopodium clavatum – facilita a eliminação dos cristais
 
l 3 - Cólicas
Colocynthis – o animal procura encolher-se, geme muito e não quer ser tocado.
Lycopodium clavatum – aparecem geralmente após comer demasiado, com muita flatulência.
Carbo vegetabilis – há muita flatulência pode-se perceber bastante barulho na barriga.
 
l 4 - Conjuntivite e Oftalmia Contagiosa – Os animais apresentam intenso lacrimejamento, fotofobia, ocorre presença de secreção mucopurulenta que aglutina formando crostas e lesões corneanas que podem evoluir para a cegueira se não forem tratadas.
 
Argentum nitricum – vermelhidão da conjuntiva com presença de secreção purulenta, as pálpebras ficam coladas.
Euphrasia – muito lacrimejamento e fotofobia.
Hepar sulphur – conjuntivite com muita secreção purulenta e lacrimejamento.
l 5 - Diarréias – são muito freqüentes em animais jovens que podem ficar tão debilitados a ponto de irem a óbito.
Arsenicum album – fezes muito fétidas, podem apresentar sangue e muitas cólicas, fraqueza, sede e inquietude.
China – fraqueza acentuada pela desidratação
Mercurius solubilis – muito tenesmo, o animal mantém a postura de defecar mesmo tendo esvaziado o intestino; o ânus fica escoriado.
Nux vomica – diarréias por excesso alimentar ou intoxicações.
 
l 6 - Traumatismos e Ferimentos
Arnica montana – lesões em tecidos moles, podendo haver extravasamento sangüíneo no local.
Hypericum perforatum – sempre que houver comprometimento em áreas muito inervadas
Rhus toxicodendrum – as dores melhoram à medida que o animal se movimenta.
Ruta graveolens – há envolvimento de ligamentos; ocorre inchaço e dor local.
 
l 7. Pododermatite ou Podridão dos Cascos
Apis mellifica – diminui o edema e a congestão do membro afetado, melhorando a circulação do local.
Hypericum – atua nas terminações nervosas das extremidades, que sofrem intensa compressão
Kreosotum – importante no surgimento de ferimentos necróticos de casco.
Graphites – para cascos quebradiços e deformados.
 
l 8 - Mamites - é um problema muito sério, principalmente para as criações de exploração caprina leiteira, muito embora as criações para ovinocultura de corte que estão em expansão têm apresentado freqüentemente surtos graves de mamite. Certamente as práticas de manejo preventivo não devem ser ignoradas para evitar o surgimento de mamites subclínicas no rebanho e que podem causar prejuízos econômicos em volume igual ou mesmo maior do que as mamites clínicas.
Belladona – quando o úbere está muito inflamado, muito quente e vermelho ao toque.
Lachesis – em fêmeas mais velhas que têm mais dificuldade circulatória dando a impressão de sangue parado, arroxeado, presença de sangue no leite.
Phytolacca – é um medicamento que tem muita afinidade pela glândula mamária, interessante quando o úbere está duro, intumescido e muito sensível.
Hepar sulphur – mamites que tendem a supurar.
 
l 9 - Parasitas externos e internos – esse aspecto é um dos pontos mais importantes na caprino e ovinocultura no mundo todo e um grande desafio para os veterinários homeopatas. Os animais ficam muito enfraquecidos e se não forem atendidos em tempo hábil, rapidamente podem morrer, inclusive animais adultos, levando a perdas econômicas devido à incapacidade produtiva e por mortes muito significativas. Nunca devemos esquecer que as medidas de manejo animal, de pastagens, nutricional, seleção de animais resistentes e instalações adequadas têm um peso muito grande para evitar esse problema
Staphysagrya – é eficaz no controle de piolhos.
Calcarea carbonica – parasitas internos, principalmente para animais em crescimento
Sulphur – parasitas intestinais e externos
Arsenicum album – é um grande medicamento constitucional que estimula o metabolismo geral; eficaz quando sintomas de diarréia acompanham o parasitismo.
 
l 10 - Aparelho reprodutor feminino
Pulsatilla nigricans - usado nos transtornos de cio emfêmeas mais jovens; dado na metade da gestação previne problemas de distocias.
Sepia - transtornos de cio em fêmeas mais velhas e que recusam a monta; também útil naquelas fêmeas com tendências a apresentarem prolapso uterino.
Caulophyllum - regula as contrações uterinas; quando a fêmea está esgotada pelo trabalho de parto; no entanto, deve-se verificar se há dilatação suficiente no canal do parto, do contrário o tratamento é ineficiente.
 
l 11 - Ectima contagioso – é uma afecção que atinge principalmente animais jovens. Caracteriza-se pela presença de vesículas, pápulas, crostas e muito prurido em volta das narinas e boca.
Antimonium crudum – quando há presença de um muco pegajoso e rachaduras nos cantos da boca
Agaricus – afecções nos lábios com presença de muitas vesículas doloridas ao toque.
Borax – os animais apresentam muita coceira e as lesões têm tendência a supurar.
 
Estes são alguns dos tratamentos que são realizados com ovinos e caprinos. Naturalmente, não é possível citar todas as afecções que afetam os pequenos ruminantes neste artigo e nem é essa a intenção.
     Fica aqui uma esperança que cada vez mais pessoas se interessem pela Homeopatia e que mais animais possam ser beneficiados pelos seus efeitos rápidos e duradouros. Rápidos sim, porque há um conceito equivocado de que a Homeopatia é lenta e também de que é inócua, o que também está equivocado.
            Toda ferramenta que cura também pode causar danos, de modo que sempre deverá haver um Médico Veterinário com profundos conhecimentos sobre a terapêutica homeopática para conduzir adequadamente os tratamentos preventivos e curativos dos animais.
 
 
M.Sc. Leslie Ávila do Brasil Almeida - Médica Veterinária Homeopata, Especialista em Agricultura Orgânica e Biodinâmica, Doutoranda da FMVZ/USP - (leslie@usp.br)
 
 
Publicado no Be 81





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