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Haemoncus: nosso inimigo comum

Autor: Pedro Álvaro Salazar - 01/05/2007

O Haemoncus contortus (origem la­tina; pronuncia-se "emoncus") é um para­sita que, ao entrar pela boca, vai percorrer o trato digestivo, mas se alojará no abomaso, também chamado de quarto estômago, onde provocará lesões hemorrágicas.
Por onde passa, o Haemoncus provoca, certamente, alto índice de mortalidade, pois sua propagação é muita rápida afetando caprinos e ovinos sem esco­lher idade, raça, sexo e nem mesmo sistemas de manejo ou região.
O parasita é transmitido pela ingestão de água ou forragem contaminadas. A água ou alimento pode conter grande quantidade de ovos, bastando um operá­rio encostar as botas já infectadas em matéria fecal, ou então um animal mergu­lhar a pata na água ou no alimento. De uma hora para outra, o Haemonchus de­senvolve resistência aos medicamentos e definitivamente parece não haver grande interesse pelos animais, nem ­mesmo para desenvolver trabalhos sérios de investigação.
Entre os sintomas, o que mais chama a atenção é uma inflamação de aspecto mole como uma bolsa de água sob a pele, embaixo da mandíbula (submandibular), que vem acompanhada sempre de uma forte anemia, finalizando em pros­tração e morte. Geralmente, não existe diarréia; pelo contrário, as fezes apresen­tam-se um pouco mais secas que o normal. O apetite fica inalterado até o ­último momento.
Nesta situação, para ter a certeza da presença do parasita, é melhor recor­rer às coprologias, atividade realizada pelos laboratórios veterinários. Nos luga­res mais afastados o serviço é prestado pelos centros de saúde que possuem microscópio e uma pessoa capacitada pa­ra fazer a coprologia.
 
Evolução
 
O ovo que sai do animal junto com as fezes, mede 80 por 45 micra, ou seja, é visível apenas com a ajuda de um microscópio. Uma fêmea pode pôr até 5.000 ovos diários. Depois de 19 horas es­tes ovos abrem-se e saem larvas que, dentro de 3 dias, têm capacidade de infec­tar. Então, a cabra come estas larvas no alimento ou na água e dois dias depois começa a sofrer hemorragias. Ingerida após 15 dias, têm sua maturida­de sexual aos 30 dias, começando-se re­produzir no organismo.
As cabras são bastante sensíveis a uma diminuição no volume de sangue, isso significa cuidado dobrado, pois 2 mil vermes são o suficiente para extrair 30 mLde sangue por dia, deixando substâncias anti-coagulantes nas feridas da mucosa, a qual produzirá hemorragia cons­tante. O verme chega a medir, apro­xima­damente, 2 cm no macho e 3 nas fêmeas.
O Haemoncus precisa de 20 a 25 dias no meio ambiente e, se não consegue entrar no organismo neste período, então, morrerá.
 Se todo cuidado é pouco, algumas regras de manejo devem ser seguidas ri­gorosamente, tais como:
l Forragens - “cortar e adubar ho­je”. Ao cortar a forragem para a ração, o adubo permanecerá de 40 a 45 dias no chão, ou seja, as larvas necessariamente morrerão.
l Água - se mantida em ­recipientes pouco higiênicos, facilmente irá se contaminar. É preciso desinfetar a água de forma simples e econômica usando uma gota de hipoclorito de sódio para cada dois litros de água. É muito econômico.
l Manejo - caso prefira guardar o adubo faça um monte e jogue-o todos os dias durante um mês; depois deixá-lo ali e iniciar outro monte também por 30 dias. Ao terminar o segundo monte já poderá usar o primeiro, pois o último adubo que jogou ali já terá 30 dias. Assim pode ter a certeza de que não ­estará contaminado. Não é necessário ­revirá-lo, pois sendo um adubo frio pode empregá-lo fresco, recém-saído do curral. Se optar pelos montes, usar uma carroça para retirar o adubo. Quando estiver pronto, carregá-lo outra vez ao cultivo.
l Potreiros - considerar a seguinte conta: o verme põe 5.000 ovos por dia e o animal tem apenas 500 poedeiras no abomaso. Tem-se, então, 2.500.000 ovos por animal e por dia. Se o rebanho conta com 80 a 90 animais a situação não é cômica nem agradável.
 
Tratamento
 
De tudo o que já foi testado, o melhor resultado foi obtido com levamisol injetável em doses indicadas e com aplicação muscular. Nos animais menores o remédio pode ser ministrado de forma oral. Sintomas como salivação e tremores são problemas que desaparecerão em questão de minutos.
Este medicamento combate a doen­ça, mas pode também ser aplicado complexo B (ferro). Caso queira economizar, pode utilizar sulfato ferroso, pois os simi­lares são irritantes ao trato ­digestivo.
 

Pedro Álvaro Salazar é ovino-caprinocultor

Publicado na Revista O Berro n. 101

 






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