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Uma antiga fábula: De olho na ovelha alheia

- 01/05/2005

 

Duas mulheres - Glória e Sofia - viviam no meio do deserto. Ambas eram pobres, mas possuíam alguma terra, chuva, sol e muitos cactos que cresciam por todos os lados. Um dia, elas encontraram algumas ovelhas que vagavam pelo deserto. Como não havia ninguém por perto que pudesse ser o dono dos animais, as mulheres resolveram dividir as poucas ovelhas entre elas.
Glória decidiu criar as ovelhas e passou a dividir com elas as plantas que comia. Sofia, por sua vez, decidiu tosquiar e abater as ovelhas, todas as semanas, produzindo, assim, lã, e obtendo muita carne que a sustentaria por um bom tempo. Durante algum tempo, convidava Glória para comer junto com sua família.
As ovelhas de Glória produziram quatro filhotes. Ela passou a recolher mais plantas para os novos animais. Rapidamente eles ficaram gordos. Ela tosquiou e abateu duas ovelhas para ter carne por um bom tempo. Enquanto isso, seu rebanho continuou a se reproduzir, gerando novos produtos.
O problema surgiu quando terminou o estoque de carne Sofia - e ela não tinha mais ovelhas para abater. Então, ela pensou, pensou, pensou e concluiu que o melhor caminho seria confiscar duas das ovelhas de Glória, pois ela mantinha boa saúde justamente por ter sido bem alimentada com as ovelhas que não eram dela. Agora, era hora de pagar a velha conta!
Sofia argumentava que precisava mais das ovelhas do que Glória, pois sua família estava acostumada a comer carne enquanto Glória satisfazia-se com as plantas do deserto. Então, nada mais justo que Glória patrocinar sua família, dividindo com ela o rebanho, assim como no passado havia dividido algumas refeições.
Glória tinha outros planos, mas reconheceu que a amiga havia lhe proporcionado alguns deliciosos jantares, com carne de cordeiro. Decidiu, então, dar a ela uma das ovelhas. Pensou: “Ela aprendeu comigo que o melhor é iniciar uma criação e logo terá um rebanho tão grande como o meu”.
Sofia, no entanto, aceitou a ovelha e agradeceu. Sorriu ao ouvir que Glória podia emprestar um reprodutor para gerar filhos com a ovelha doada e, assim, dar início a um próspero rebanho. Nem bem recebeu a ovelha, a mulher dirigiu-se ao lugar certo e tansformou o presente em postas de carne. Afinal, sua família estava faminta e necessitava de alimentos. Por algum tempo, a carne saciou a fome da família, mas logo estavam famintos de novo.
Um dia, Sofia voltou a abordar a amiga para pedir apoio à sua família. Ela veio com um discurso que falava sobre uma tal de redistribuição da riqueza. Era um discurso bonito, mas que não criava ovelhas do nada!
Glória, porém, ignorou a tagarelice. Jamais apoiaria aquela idéia absurda, pois ela trabalhava desde o dia raiar, para alimentar as ovelhas e aumentar seu rebanho. Ela não iria redistribuir a sua riqueza de forma alguma com quem nada fazia para melhorar de vida.
A amiga ficou furiosa: o que a seria feito com todas aquelas ovelhas? Era muita riqueza nas mãos de uma única pessoa. Não era justo a amiga ter a mesa tão farta enquanto sua família não tinha o que comer. Era preciso dividir a comida. Afinal, havia mais que suficiente para todo mundo.
Então, Glória contou os seus planos. Ela iria tanger o rebanho através do deserto até chegar às longínquas montanhas, pois ouvira dizer que lá havia bons compradores. Então poderia lucrar algum dinheiro com as ovelhas que deram tanto trabalho.
Sofia disse que isso era loucura, pois as ovelhas poderiam emagrecer, ou até morrer no deserto, enquanto havia gente com fome tão pertinho. A comida não deveria viajar para longe, mas sim atender os que estão perto.
Glória não quis conversa e percebeu que Sofia estava disposta a se tornar malfeitora, ou seja, poderia talvez até roubar ovelhas na calada da noite. Então, bem cedinho, com o dia ainda escuro, juntou a família, abriu a porteira do curral e partiu rumo às montanhas longínquas, levando o rebanho pela areia escaldante do deserto. Foi uma caminhada árdua, a maior de sua vida, mas ela conseguiu vender toda a produção de lã e carne. Depois disso, voltou para casa no deserto, mas agora havia melhorado de vida, a pobreza já não era a sua companheira. Quanto a Sofia, no entanto, estava na mesma situação que vivia antes.
 
Moral da história: Não adianta inventar leis para querer enriquecer às custas de outrem. Se não houver trabalho e ousadia para ir além das montanhas, a vida permanecerá estagnada.

Publicado na Revista O Berro n. 77






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