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Para caminhar é preciso bom sapato

- 03/07/2008

Para caminhar é preciso bom sapato

 

1 - No momento, a ovino-caprinocultura brasileira está começando a repensar o papel de suas Associações. Existem dois tipos de entidades:

a) Associações de criadores para promover exposições e seus derivados: padrão racial, escolha de juízes, festividades paralelas, leilões de elite, etc.

b) Associações para alicerçar algum pólo de produção. Tanto carne como leite. Não tem interesse em exposições, mas sim em garantir lucro para todos.

No início, os criadores reúnem-se numa única Associação, mas - com a expansão da atividade - precisam pensar em escoamento da produção, padronização de carcaça, introdução ao mercado exterior, estratégias globalizadas de marketing, defesa do segmento na esfera política, etc. - e, então, descobrem que seria mais fácil ter uma segunda entidade. Por que não?

A tendência inicial é juntar as duas alternativas dentro de uma única atividade, mas logo centenas de criadores descobrem que estão pagando anuidades para garantir a festa de poucos criadores que disputam prêmios em exposições. Assim, tratam de buscar seu próprio espaço associativo.

No mundo inteiro existem Associações para Criadores, mas existem outras entidades como Câmaras Setoriais, Associações de Produtores de Carne (ou leite), Institutos Reguladores, etc.

As Associações exemplificam a existência de duas pecuárias:

1) expositiva - a que tenta demonstrar o potencial máximo do animal de cada raça.

2) produtiva - a que tenta obter lucros, promovendo cruzamentos planejados para carne e leite.

As duas são importantes e precisam viver juntas.

O que não se pode compreender é porque fazendeiros vão desistindo da Associação, deixando de pagar suas anuidades e, ao mesmo tempo, os diretores não percebem que está faltando “algo” para a atividade. Não é só de Exposição que deveria viver uma Associa­ção. Todos pagam, todos deveriam desfrutar.

Acontece o mesmo com as Associações de Bovinos e de Equinos. Nem poderia ser diferente, pois faz parte do amadurecimento da atividade.

 

2 - O que alicerça, o que calça qualquer atividade é o sapato. Assim surgiu o nome “sapata” para designar um alicerce muito forte. A atividade precisa estar bem calçada para dar certo.

A ovinocultura e também a caprinocultura de corte vão chegando ao momento de enfrentar o grande debate: uma ou duas associações? O Estado de São Paulo já implantou 13 núcleos de produção; Goiás já tem o seu; a Bahia também; várias regiões estão tentando solidificar métodos e processos que garantam um fluxo constante de carne e leite. Para os produtores é muito importante discutir escoamento, preço mínimo, técnicas de varejo, marketing, etc. e não apenas exposições e festas.

A solidez da atividade, tanto ovina como caprina, vai depender de entidades fortes. As Associações são fortes para cuidar do aspecto “festivo” (exposições, leilões, etc.) mas apenas começam a caminhar na questão da produção.

Goiás deu uma arrancada vitoriosa: foi aprender na Nova Zelândia como se monta uma Associação de produtores de carne ovina. Não quer ficar atrelado às regras impostas por um ou outro frigorífico. É preciso que exista uma Associação que tenha o comando das rédeas da produção. Afinal, o negócio é promover lucros para o produtor de carne. Se não houver lucratividade garantida, a própria atividade estará em risco, apesar do brilhantismo das exposições.

É preciso lembrar que a euforia, o lucro fácil no mercado de animais de elite, tudo isso é volátil, pode durar 10, 15, 20 anos, mas não terá futuro se não tiver, na base, um enorme mercado produzindo carne. Por enquanto, o Brasil ainda compra carne do Uruguai - e isso é notícia para colocar a barba de molho. O país poderia contar, já, com fortes empresários mantendo rebanhos acima de 5.000 fêmeas em produção. Já poderia contar com sistemas de abate oficializado nos principais núcleos, transferindo lucro para os produtores.

O que se vê, no entanto, é que os produtores de carne continuam sofrendo, cada um tentando descobrir caminhos para garantir a atividade em sua fazenda. Ora, esse papel poderia ser desempenhado, com rapidez e eficiência, por uma entidade regional. Ela teria condições de implementar, rapidamente, um sistema de produção, padronização de carcaças, programas de cruzamento, abates oficializados, escoamento, colocação no varejo, instituição de “selo de qualidade”, etc.

Esta é a etapa que vai sendo iniciada, e que irá ganhar destaque, colocando o Brasil entre os países com produção em larga escala. O mundo está esperando. Se os brasileiros não assumirem seu papel, grandes corporações internacionais irão despejar seus conhecimentos, propondo suas raças, seus cruzamentos, seu sistema de comercialização internacional. No final, uma parte dos lucros será envia­da para o Exterior, para remunerar pessoas que, talvez, jamais visitem o país. Seria muito melhor se tudo fosse feito aqui mesmo!

 

Solução - O melhor caminho é calçar um bom sapato, para enfrentar as trilhas que irão ficar cada vez mais perigosas. Uma boa Associação é o sapato que a atividade está precisando. Cabem centenas de boas Associações no Brasil, uma para cada ecossistema que, por seu lado, terá um tipo lucrativo de animal (ecótipo), produzido por um sistema planejado de cruzamentos. Há muito trabalho a ser feito. Existem muitos exemplos no mundo: é só estudá-los e ajustá-los à cultura brasileira.






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