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10 conselhos de um catingueiro

- 20/08/2008

Conselhos para quem precisa criar sem muito dinheiro

 

 

1 – Não se deve iniciar um criatório baseado em projetos elaborados por certas empresas públicas ou privadas, quase sempre copiados de livros e apostilas – e pior! – por quem jamais foi ou será criador. É bom analisar bem quem está assessorando. Para os pequenos criadores, o melhor é começar com 20 cabras e um pai-de-chiqueiro para aprender. Cuidado com os “instrutores”: não se aprende a fazer caprinocultura em compêndios, centros de pesquisa, simpósios, salas de aula, etc.

 

2 – Inicialmente, nada de raças exóticas, inseminações. Transplantes de embriões? – nem pensar. São tecnologias muito chiques, que só em universidades, sem pensar em lucro, fora da realidade, onde você vai criar, podem dar certo. Ou, então, em fazendas ricas. Se você tem muito dinheiro, tudo bem...!

 

3 – Nada de grandes investimentos em construções, sobretudo com dinheiro de Banco, que irá comer todos os cabritos, pior que as doenças, a onça, o gato, a raposa, o carcará e a desnutrição. Na caatinga não precisa de piso elevado. Sai caro. Uma cobertura de palha, telha comum é melhor. Telhas de zinco ou eternit só em casos de muita economia.

 

4 – Não pense nos criatórios de 20.000 carneiros de São Paulo ou Rio Grande do Sul. Pense logo em animais deslanados, mesmo que não tenham carcaça tão pesada. Deve preferir a mestiçagem com o nativo. Evite o modismo. Cuidado com as revistas e televisões, que pintam tudo de azul celeste, mais preocupadas com a venda dos produtos veterinários mostrados ao lado , e que pagam a propaganda da agropecuária consumista.

 

5 – Animal bom é o que melhor se adapta ao lugar onde vai ser criado. E não o maior, que pode até ser bom, mas é motivo para obsessão. Lembre-se: o rato produz mais carne por hectare que elefante! Nem sempre tamanho é documento, mas fertilidade sempre é! E adequação, também é!

 

6 – A caatinga dá comida por oito meses (leguminosas, imbu, aroeira, amargosa, penão, caçutinga, cabelo-de-nego, jurema, etc.) quando verdes e murchas. Depois da seca, alimenta por mais quatro meses. nos tempos de crise; tem o socorro da cabeça-de-frade. Por isso, jamais derrubar o mato. As cabras preferem a rama ao capim. Excelente o feno de buffel, plantado em áreas já desmatadas, cortado e guardado (mais nutritivo) ou seco no próprio pasto. E palma , que desidrata muito nos tempos de seca prolongada mas, mesmo assim, ajuda. Não acredite muito em sorgo, leucena, andu e até no feno de gramínea, porque é comum não tê-la para cortar, na hora certa. Se possível, o melhor é ceifá-la, guardando em depósitos, a granel. Enfardar sai caro, mesmo manualmente e, então, só faça se puder. Com máquina, o custo fica inviável. O ideal seria ter pesquisas de feno à base das plantas nativas, quando houvesse fartura, ao contrário dos capins nobres ou outro tipo de cultura, pois você não mora na França. Outra forragem, só se for irrigada, sempre pensando no custo e aproveitando o excelente esterco. Não esquecer uma maternidade com boa alimentação para receber cabritas e cabras velhas que não suportam parir magras, bem como para alimentar as crias que começam a babujar aos 10 dias de vida. Depois, pode soltar as mães, se estiverem em bom estado de nutrição, retornando-as, à tarde.

 

7 – A água precisa ser boa. Onde não houver, a solução é o poço tubular. Nunca a demasiadamente salgada que causa muitos males à criação.

 

8 – Trate de aprender com o bodeiro vizinho. Ouvir que os caprinos apreciam a cama morna e fofa dos chiqueiros. Que epitelioma contagioso (caroço) se cura com querosene e não só com iodo. Que as cabras antes de parir afundam os dois lados do rabo. Não deve seguir tudo à risca, mas é bom ouvi-lo. Depois do bê-a-bá, aí sim, consultar a literatura e introduzir técnicas já comprovadas. Não se esqueça de que o catingueiro recebeu algumas dezenas de cabeças de Portugal e hoje as ampliou para vários milhões. Ele é um herói, pois as autoridades só acreditam em grandes indústrias, turismo, modernidades e fazem tudo para exterminá-los: bodes e bodeiros.

 

9 – Comprar os animais na região, o que não quer dizer que seja do vizinho, pois neste caso eles voltariam ao chiqueiro de origem. Por serem muito seletivos quanto à comida, não devem ser criados muitos indivíduos no mesmo espaço.

 

10 – 400 matrizes representam mais de 1.000 cabeças, com as crias. Como são muito seletivas, dentro de pouco tempo já terão raspado tudo que lhes apetece perto do capril. Você pode cuidar de até 5.000 cabeças, desde que dê assistência e não fique vendo cabrito nascer no computador, nem lendo tertúlias literárias sobre o assuntos, nas reuniões de criadores românticos da cidade - hábito bastante comum entre os iniciantes.

 






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