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Criopreservação do sêmen e Inseminação Artificial

Autor: Hymerson Costa Azevedo - 01/11/2008

A ovinocultura tem sido apontada como uma alternativa bastante interessante para a atividade pecuária, merecendo toda a mobilização de produtores, técnicos, indústria, comércio, forne­cedores, entidades e governos para orga­nizar a cadeia produtiva. A espécie ovina também é um importante instrumento em ações de desenvolvimento social, tendo em vista a sua alta adaptabilidade e sua grande importância como fonte de alimentação às populações carentes. Uma atenção especial tem sido dada ao crescimento das raças deslanadas, principalmente a Santa Inês devido às características de adaptação em sistemas de produção a campo e a ecossistemas adversos, além do elevado valor biológico, como carne, pele e esterco, ­produtos que contribuem para o incremento do Produto Interno Bruto (PIB) do país, a renda familiar e a qualidade do solo.

Uma das principais ações para melhorar a produtividade de qualquer espécie é o incremento da eficiência reprodutiva, gerando uma necessidade sobre o uso da inseminação artificial (IA) para o aproveitamento do potencial genético de animais superiores. A inseminação ar­tificial, quando utilizada para massificar a utilização de ­carneiros geneticamente superiores, é certamente a biotécnica de maior impacto para os programas de melhoramento animal, sendo seu potencial significativamente multiplicado quando da utilização do sêmen congelado.

 

Aspectos do sêmen congelado

 

O desempenho obtido com o uso de sêmen congelado é inferior àquele alcançado com o sêmen in natura. A maio­ria dos espermatozóides sobreviventes após a criopreservação tem características que os distinguem daqueles no sê­men fresco. Mu­danças nas membranas dos espermatozóides podem não afetar a motilidade, porém, encurtam sua sobrevivência. A reduzida viabilidade dos espermatozóides está correlacionada com evidências de que os  que sobrevivem sob o congelamento e descongelamento têm suas membranas alteradas a um estágio que pode conferir a eles características similares às células capacitadas ou com reação acrossomal. Su­bstâncias como lipídios, ácidos graxos e proteínas têm sido incorporados ao sêmen de várias es­pécies na ­tentativa de diminuir os danos provocados aos espermatozóides pela criopreservação.

 

 

 

Os carneiros Santa Inês que serviram de objeto deste trabalho foram submetidos a experimentos avaliando:

u Técnicas padronizadas de avaliação do sêmen, como o uso de sondas fluorescentes para medir a integridade da membrana plasmática e do acrossomo, potencial de membrana ­mitocondrial e capacitação e reação acrossomal.

u Mensuração da influência do indi­víduo sobre a “crio resistência” espermática.

u Parâmetros estabelecidos de qua­lidade mínimos para o sêmen in natura a ser destinado à criopreservação e investigaram-se a ação protetora do coles­terol, desmosterol, ácido oléico-linoléico e a-lactoalbumina sobre a função, in­tegridade e status de capacitação espermática no sêmen submetido ao processo de criopreservação.

 

Desempenho do sêmen

congelado na IA

 

A fertilidade proveniente da IA com sê­men congelado é menos satisfatória em relação àquela feita com sêmen in na­tura, o que pode ser apenas parcialmente compensado com a utilização de um maior número de espermatozóides vivos na dose inseminante. Este desempenho é mais evidente quando os espermatozóides são depositados distantes do sítio de fertilização como na porção posterior da cérvix.

Existe muita dificuldade para se obter uma população de espermatozóides de ovinos suficientemente viáveis com condições de atingir o útero e chegar até o oviduto, onde acontece a ovula­ção. Além de terem sua viabilidade e funcionalidade reduzidas, os espermatozóides criopreservados são inábeis em atravessar as pregas e barreiras do sistema genital, aderem e são liberados do epité­lio do útero rapidamente, são mais vulne­ráveis à expulsão através da drenagem para a vagina da ovelha e comprometem a fertilidade aumentando os índices de mortalidade embrionária e fetal.

Um procedimento ideal e viável de inseminação artificial deveria incluir métodos que utilizem a via cervical. Essa via de acesso ao útero é, no entanto, de di­fícil adoção nas ovelhas já que ele constitui um dos maiores obstáculos à passagem de instrumentos. Assim, um método exeqüível de IA que utilize essa via precisa incorporar técnicas que superem os desafios anatômicos da cérvix sem induzir traumas, o que ainda não é uma realidade. A deposição do sêmen no trato feminino em porções mais craniais próximas ao sítio de fertilização e num momento mais próximo à ovulação pode compensar o fato dos es­per­ma­to­zóides estarem parcialmente ­le­sados e capacitados. Neste sentido, a inseminação laparoscópica em tempo fixo (IATF) associada a protocolos de in­dução e sincronização hormonal do estro e ovulação tem viabilizado a ­utilização do sêmen congelado já que propicia a deposição diretamente no útero e num momento mais adequado em relação à ovulação e sobrevivência dos espermato­zóides criopreservados, levando à obtenção de índices de prenhez mais satisfatórios.

 

De olho no futuro

 

As pesquisas sobre crio­preservação do sêmen ovino têm sido intensas no mundo inteiro e, inevitavelmente, a ciên­cia encontrará, em breve, soluções para a melhoria da fertilidade da inseminação artificial com uso do sêmen con­gelado, as­sim como acon­tece com os bovinos. Es­sas soluções passarão pelo maior en­tendimento dos eventos que ocorrem com o espermatozóide durante o processamento, pelo desenvolvimento de técnicas de avaliação espermática cada vez mais precisas e correlacionadas com a real condição da célula, e pelo desenvol­vimento de técnicas de inseminação artificial viáveis do ponto de vista econômi­co, técnico e de bem estar animal.

 

Hymerson Costa Azevedo é médico veterinário, mestre em Clínica da Reprodução Animal

pela Universidade Federal de Pernambuco (UFRPE) e doutor em Reprodução Animal

pela Universidade Estadual Paulista (UNESP) Campus de Botucatu (SP) e pesquisador

da Embrapa Tabuleiros Costeiros em Aracaju. O artigo é parte da tese de doutorado do autor.






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