Às vezes, a notícia é dada com destaque, sacrificando um animal, ou um lote. Como acontecem esses sacrifícios que jamais foram desejados pelos produtores? Simplesmente acreditaram que os técnicos estavam fazendo tudo corretamente e, por distração, deixaram de revisar a papelada, as tatuagens, os brincos, etc. Por isso é importante ter uma ideia de como é longo o caminho para receber animais que venham de regiões submetidas à Quarentena.

São muitas regras, muitos detalhes a serem seguidos. As dicas a seguir são "populares", para deixar claro que, se o proprietário não prestar muita atenção, pode acabar perdendo os animais, mesmo depois da quarentena. Perde os animais e ainda leva a culpa! Se quiser reclamar, pode ser acusado de tentativa de fraude, mesmo que o erro tenha sido cometido pelos técnicos.

l Faz-se uma lista dos animais. Consegue-se a aprovação que levará ao início da quarentena de saída no Estado (Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Sergipe) junto do MARA local, mais adiante.

l O MARA do Estado envia ofício ao MARA do Estado que irá receber os animais para fiscalizar o local do recebimento e as exigências para a quarentena de chegada no Estado receptor dando o OK das instalações e isolamento.

l Dado o OK pelo órgão correspondente no Estado receptor, é enviado ofício do órgão para o MARA estadual e este encaminha para o MARA do Estado despachador.

l O MARA do Estado despachador oficia para o órgão responsável local, autorizando a propriedade e o início da Quarentena de saída no Estado despachador. A partir desse momento nenhum animal pode sair ou entrar na propriedade, sob risco de ter que reiniciar todo processo.

l Quinze dias após o início da quarentena o veterinário do órgão estadual vai coletar sangue dos animais para envio ao Instituto Biológico de São Paulo para Sorologia (ou outro laboratório indicado). O proprietário deposita o valor do exame, cujo resultado sai em 10 dias.

l Neste ínterim, o proprietário providencia os exames de CAEV e outros atestados sanitários dos animais prescritos. Os exames são feitos por um Veterinário credenciado.

l Durante toda a quarentena os fiscais do órgão regional visitam, de surpresa, ou seja, sem aviso prévio, para se certificarem de que tudo está correto.

l O resultado do laboratório é enviado ao MARA e órgãos competentes dos dois Estados (despachador e receptor).

l O MARA emite a autorização para o embarque e fornece um roteiro para o transporte que de forma alguma pode ser modificado.

l De comum acordo com os técnicos do órgão local, o produtor providencia o veículo, caminhão ou caminhoneta que possam ser lacrados. O veículo precisa estar limpo, lavado, com cama nova.

l No dia marcado, os técnicos do órgão local examinam cada animal, conferindo as tatuagens e brincos. Efetuam a sanitização e, após o embarque, lacram o veículo.

l O veículo segue viagem pelo roteiro indicado, acompanhado da Nota Fiscal com listagem dos ani­mais, exames de CAEV, exames sorológicos, listagem dos animais elaborada pelo órgão competente estadual, atestado de sanidade emitido por Veterinário credenciado. Na divisa do Estado receptor, a fiscalização do órgão competente irá conferir tudo, faz nova higienização, verifica o Lacre e, em comboio, acompanha o veículo até a propriedade onde será feita a Quarentena de chegada.

l Os fiscais abrem o lacre e conferem animal por animal, dando início à quarentena, de aproximadamente 25 dias.

IMPORTANTE - Uma pequena distração pode provocar sérios transtornos. O melhor é ficar rigorosamente sintonizado com as autoridades, checando tudo, cada passo, pois os técnicos podem errar e os animais poderão ser sacrificados, no trânsito, ou no Estado receptor. Basta um técnico mudar um algarismo, por distração, e tudo dará errado. É preciso ficar de olho bem aberto.