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Matérias



Tombo da ovelha ou Tombo de homens

- 10/09/2008

Nem da ovelha, nem do homem, nem tombo

 

Depois de 110 anos no Brasil, a pecuária de vacas parecia achar o caminho; já havia o capim colonião, o braquiária, um gado rústico (Zebu) e milhões de hectares estavam sendo incorporados todos os anos. Paralelamente, as exposições trombe­teavam as vantagens de uma ou outra raça, entre dezenas. Já perto de 1990, os ín­­dices de desfrute eram os mesmos de 1950 e a inseminação não passava de 3,0% - mostrando que havia algo errado. Afinal, era terra demais, gado demais e tecnologia de menos.

 

- Tombo do Nelore - Nessa ocasião, a revista "Agropecuária Tropical" (que deu origem à revista O Berro) publicou um estudo denominado "O tombo do ­Nelore", demonstrando que a raça estava marcando uma incrível bobeira: deixando de olhar o mercado, para se preocupar apenas com as vaidades de uma exposição de gado. E desfilava os índices do que era a pecuária brasileira e o que poderia vir a ser, um dia, se prevalecesse o bom senso.

Foi uma gritaria geral, pois alguns acharam que era um "ataque às ­exposições", fonte de renda para muita gente, municípios, políticos, etc. Afinal, numa república que vive de "pão e circo", não se podia tirar o "circo", nem da imprensa. Os ­números estavam lá, o Nelore estava deixando de faturar mais de 10 milhões de registros genealógicos e deixando de procurar o mercado externo por falta de carcaça adequada. Coisas fáceis de serem resolvidas.

Depois de algumas reuniões, apenas um empresário nelorista resolveu estudar o assunto com muita atenção; juntou outros, arregaçaram as mangas e começaram uma revolução na raça Nelore. Implantaram os Testes de Carcaça, diretamente em alguns frigoríficos que - na ocasião - estavam muito longe (Rondônia) e passaram a vender a carne em São Paulo. Mais de 3.000 km de distância. Era o começo! Os pecuaristas tradicionais acharam que a iniciativa logo iria pro brejo, mas não foi. Gastou-se uma década e o Brasil tornou-se o maior rebanho comercial do planeta e maior exportador de carne, mas ainda está longe do potencial de des­frute tecnológico (basta ver o índice de inseminação que continua estagnado nos 3,5%).

Este episódio mostra que o progresso é feito por Homens e Livros (escritos, informação) - como bem diz o velho ditado. No caso do Nelore, funcionou bem e, ho­je, milhares de carcaças são avaliadas todos os anos, já se multiplicando os selos de qualidade. Também o rastreamento, ainda imberbe, logo estará mais ­sólido. Muitos já ousam afirmar que "o Brasil não precisa ficar subjugado pelo comércio exterior; ele precisa dominá-lo, usando as ferramentas determinadas".

Houve, então, um "tombo" de algumas pessoas, mas não de uma raça. ­Caíram os que "arriscavam tudo em prêmios de exposições", como se fosse uma loteria. Por seu lado, o Nelore continuou em alta, como continua até hoje, vendendo vacas de milhão, todo ano. O campo multiplicou suas compras e ainda faltam 400.000 tou­rinhos superiores em cada safra. Ou seja, continua havendo muito espaço para a expansão do Nelore, como estava escrito na matéria polêmica.

Este episódio mostra a força que pode ter um único Homem, quando resolve ala­vancar um ideal. Este foi um claro sinal do sucesso verificado pelo Nelore e seus homens que valem ouro.

 

 

 

- Ovinos - O mesmo está acontecendo com a ovinocultura de corte. A ­atividade vai muito bem nas exposições, mas com pouca preocupação com o campo, onde está a solidez do empreendimento. Os testes zootécnicos precisam estar mais vol­tados para o campo do que para as exposições, pois estas conseguem caminhar sozinhas.

É preciso seguir o mesmo caminho traçado pelo Nelore: classificar carcaças. To­do o resto vem como consequência natural. Havendo boa carcaça, surge o dinhei­ro, pois abrem-se as portas do mercado mundial.

Em poucos anos, os preços cairão (!) aos níveis dos praticados pelos países exportadores (Austrália, Nova Zelândia, Argentina, Uruguai, Estados Unidos) e, mesmo assim, haverá lucro. Hoje, com preços elevados, a carne mal consegue chegar às mesas dos brasileiros e não há produção em escala para tentar o ­mercado mundial. A previsão, portanto, é o "tombo" nas exposições, redirecionando empresários para o campo - o que é muito bom!

Neste momento, é preciso surgir o seleto time de meia dúzia de empresários dis­postos a alavancar não apenas seus rebanhos, mas a própria atividade em si, como se fosse uma missão.

Foi assim que já arregaçaram as mangas: Luiz Felipe Brennand (Caroatá, PE), Virgínia e Carlos Lyra (Varrela, AL) e Edo Mallmann (Fazenda Rondon, PR) - ins­pirando os passos da revista O Berro e da TV do Berro como veículos de enorme poder de divulgação no cenário nacional. A ovinocultura que, antes, era vista através da Revista Brasileira de Caprinos & Ovinos (O Berro), atingindo cerca de 100 mil leitores, chega agora a milhões, por meio da TV do Berro. São empresários assim que vão plantando um bom futuro para todos.

 

- Vez dos ovinos - Se já existem mais de 200 milhões de bovinos, onde irão caber 100 ou 200 milhões de ovinos? As estatísticas, no Brasil, pioraram nos últimos tempos. Basta ver o quadro da divisão das terras para uma suposta Reforma Agrícola (nada de Reforma Agrária, que jamais foi feita).

A tabela mostra que a agricultura ocupa 172,3 milhões de hectares ou 20,2% do total brasileiro. Parece muito, mas o Governo já entregou - de graça - 208 milhões de hectares (24,8% do território nacional) para os "assentamentos", "indígenas" e "quilombolas". Assim, há mais terra nas mãos de quem não produz do que nas mãos de quem sua todo dia para plantar e colher. O Governo, cheio de boas in­tenções, ao invés de ajudar ao setor rural, tira terras para deixá-las inativas. Para pio­rar, o Decreto n. 6514, de 22 de julho de 2008, vai tirar 20% de todas as proprie­dades, num piscar de olhos. Só em São Paulo serão 3,5 milhões de hectares que ficarão sem plantio, liquidando bilhões de reais e milhares de empregos! É a ­Reforma Agrícola às avessas. Reinhold Stephanes, homem público, declarou que "ninguém tem medo da extinção de florestas, mas sim da extinção da área agricultável do Brasil". Enquanto isso, o Governo faz de conta que não está vendo nada, prestando atenção apenas à questão eleitoral.

Nem tudo é preto, todavia! Esta redução drástica de área soma-se à necessida­de de tecnologia e à pecuária de ciclo curto. Chegou a vez das ovelhas e das cabras. Chegou a vez dos confinamentos em galpões. A cada restrição governamental pelo uso da terra, mais empresários irão optar por ovelhas e cabras, pois têm ciclo curto e ocupam pequenos espaços.

Muitos agricultores estarão apenas plantando para atender os confinamentos. Outros estarão beneficiando estrume. Todas as atividades precisarão estar sincroni­zadas como um relógio. É assim a moderna pecuária em muitos países e será, também, no Brasil.

Na mesma área da soja, milho, algodão e outros cereais, também estarão pre­sentes os confinamentos. Toda cidade terá seus galpões e seus fornecedores de alimentos e insumos. É assim que a pecuária de ciclo curto atingirá um patamar de auto-sustentação. Isso já aconteceu com os frangos, há duas décadas e, hoje, eles estão em todas as panelas brasileiras. Vai acontecer, agora, com ovelhas e ca­bras, que também chegarão a todas as panelas.

O futuro olha o que está acontecendo hoje: quem serão os novos empresários impulsionadores para se juntar ao grupo de Caroatá-Varrela-Rondon? No início da década de 1990, o Nelore tinha também apenas três empresários, que logo se trans­formaram em seis. Depois, reestruturaram a Associação, para garantir um cu­nho empresarial voltado para o campo e para produção de carne, agregaram universidades, frigoríficos, entrepostos de carne, classificação de carcaças, etc. Hoje, a pecuária brasileira bate palmas para o Nelore e o mundo vê a carne verde-ama­rela chegando a mais de 100 países.

O mesmo caminho vai sendo trilhado pelas ovelhas e cabras. Agora, todavia, existe uma bússola e já existem três generais para indicar o caminho. Falta pouco.






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